Elaborado por MIGUEL LIMA DA SILVA (Bolsista de Apoio Técnico do Projeto de Pesquisa Educação de Jovens e Adultos Trabalhadores no Brasil e em Portugal. Reconstrução histórica à luz da relação Trabalho e Educação – CNPq). Para saber mais sobre a pesquisa clique aqui.
O jornal “A Classe Operária” foi fundado em 1º de maio de 1925, durante o II Congresso do então Partido Comunista do Brasil (PCB), no Rio de Janeiro-RJ. A criação do jornal foi uma sugestão da Internacional Comunista que, em 1º de Julho 1923, escreveu ao PCB recomendando a transformação de suas outras publicações em um único jornal operário de massas com o mesmo título, A Classe Operária. Seus principais fundadores foram Astrogildo Pereira e Otávio Brandão Rego, auxiliados por José Lago Molares e Laura Brandão. Os principais editores em sua existência foram Otávio Brandão Rego, Maurício Grabois, Pedro Pomar, João Amazonas, Carlos Danielli, entre outros. Como órgão oficial de comunicação do PCB tinha como principal objetivo ser um jornal comunista e revolucionário, instrumento de organização de classe e partidária, bem como difusão de suas ideais, divulgando as principais causas comunistas no seio das classes trabalhadoras. Seus eixos principais eram: a política do Partido; o programa do Partido; a filosofia do Partido, que é o marxismo-leninismo. Também tinha como propósitos promover uma campanha em defesa do governo comunista da URSS, apontando esse exemplo como o caminho a ser seguido, criticar a conciliação das classes e relatar as condições de vida e de trabalho e os problemas do dia-a-dia dos trabalhadores. Assumia-se como um “jornal de trabalhadores, feito por trabalhadores, para trabalhadores”.
A edição do primeiro número de A Classe Operária ocorreu com grande dificuldade, pois o Partido não possuía oficinas próprias. A partir do segundo número, a direção do PCB entrou em acordo com “O País”, conseguindo que seu jornal fosse composto e impresso nas oficinas daquele periódico. O jornal, acompanhando o PCB, passou por vários momentos de legalidade e ilegalidade desde a sua criação até a Ditadura Militar (1964-1985), o que acarretava na irregularidade de suas publicações. Portanto, em termos de publicação, A Classe Operária pode ser dividia em duas fases principais: o período de sua fundação, em 1925, até o ano de 1940, quando vários dos dirigentes do PCB foram presos durante a ditadura do Estado Novo (1937-1945), o que desarticulou o Partido nacionalmente; e o período de 1945, com o fim do Estado Novo e volta à legalidade do PCB, até o dias atuais, sendo esta nova fase dirigida em seu início pelo editor Maurício Grabois.
Referências
Verbete Temático “A Classe Operária”, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) <http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/classe-operaria-a> Imprensa Proletária “A Classe Operária” < https://www.marxists.org/portugues/tematica/jornais/classe_operaria/index.htm>
Ficha de Registro
Sobre o Jornal
Nome: A Classe Operária
Entidade: Partido Comunista do Brasil (PCB) (1925-1962); Partido Comunista do Brasil (PC do B) (1962-Até hoje).
Filiação Político-Ideológica: Marxista-Leninista (1925-1962); Maoísta (1962-1979); Marxista-Leninista (1979-Até hoje).
Período de circulação: 1925-Até hoje
Periodicidade: Bissemanal (1947); Semanal (1925; 1928-1930; 1935-1936; 1946-1949); Quinzenal (1937); Mensal (1931-1934; 1939; 1951-1952); Sem periodicidade definida (1938; 1940; 1953).
Local: Rio de Janeiro-RJ, Brasil.
Sobre a Pesquisa
Período da Pesquisa: Fevereiro de 1930 – Março de 1953.
Edição do Jornal no Período Pesquisado: Alcides Adett Brazil de Matos (1925); M. C. de Oliveira (1928); Octávio Brandão (1929); ? (1930-1934); Maurício Grabois (1946-1953).
Quantidade Analisada: 161 edições.
Observações: A publicação do jornal foi interrompida nos anos de 1936 (Maio a Setembro), 1937 a 1940 (com idas e vindas), 1940 a 1946; História do Jornal (nº 180 – Maio de 1935 – página 10; nº 3 – Março de 1946 – página 10); “A imprensa num país capitalista X a imprensa num país socialista” (nº 28 – 14 de Setembro de 1946 – página 8); O jornal e o partido tornam-se legais a partir de 1945, e voltam à ilegalidade em 1947; “Roteiro cronológico para a história do PCB” (nº 411 – 5 de Abril de 1952 – páginas 6 e 7).
A classe operária- década de 1930
