Senai, Pronatec e Senac têm mais de 5
mil vagas gratuitas; veja lista de vagas
Ao
total são 5.230 gratuitas de cursos técnicos entre os três órgãos
24/04/2013
Qualificar jovens para
oportunidades que já existem no mercado de trabalho, e que pagam bem. É esse o
objetivo das 5.230 vagas gratuitas abertas em cursos técnicos que formam
profissionais em 45 carreiras diferentes. A oferta é restrita a quem está
cursando o ensino médio ou concluiu os estudos há pouco tempo.
Pelo Programa Nacional de Acesso
ao Ensino Técnico (Pronatec), do governo federal, são 1.440 vagas em 17 cursos,
que serão ocupadas através de sorteio eletrônico – as aulas serão ministradas
por professores do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em convênio com a Secretaria da Educação do Estado,
e começam dia 6 de maio, com duração de
um ano. As inscrições para as vagas do Pronatec podem ser feitas até sábado
(27).
O próprio Senai
também seleciona alunos para 3.790 vagas em outros 28 cursos. Nesse caso, é
necessário participar de uma seleção. As provas estão marcadas para 26 de maio
e serão compostas por questões de Língua Portuguesa, Matemática e Conhecimentos
Gerais, e as aulas estão previstas para começar no dia 15 de julho. Os cursos
durarão cerca de seis meses, com carga
de 4 ou 5 horas diárias.
Emprego garantido
Segundo os organizadores dos
cursos técnicos, a escolha das carreiras e o número de vagas disponíveis foram
calculados com base em pesquisas de demanda de mercado. Sendo assim, garantem
que já há no mercado de trabalho vagas de emprego à espera desses
profissionais. “Nossa oferta é muito baseada no que de fato há necessidade. A
gente evita oferecer o que está saturado no mercado”,
salienta o professor Antonio Almerico Biondi Lima, superintendente de
Educação Profissional do Estado.
Os cursos financiados com
recursos próprios do Senai são focados no segmento
industrial. “Oferecemos cursos que são subsidiados pela indústria e requeridos
por diversos segmentos industriais. São cursos com graus de especificidade para
atender justamente o que se precisa no mercado”, assegura Ana Valéria Scavuzzi,
coordenadora de Cursos de Aprendizagem Técnica do Senai-Bahia.
Ela cita como exemplo o curso de
Auxiliar de Laboratório Químico na Indústria de Bebidas, com 40 vagas e
disponível somente no município de Acajutiba, no nordeste do estado. A
qualificação atenderia à necessidade de indústrias locais. “Existe uma demanda
naquela região desse profissional, porque há indústria lá que precisa e não
acha”, relata. É na região que está instalada a fábrica de bebidas da
cervejaria Schincariol.
Oportunidades
Com apenas 21 anos, Felipe dos
Santos é jovem aprendiz na unidade de Camaçari da montadora de automóveis Ford. Ele concluiu no ano passado a carga teórica
do curso do Senai de Manufatura Automotiva. Morador de
Camaçari, foi logo admitido pela multinacional
americana para cumprir os oito meses de estágio profissional. “Já fiquei na
parte de estamparia, onde as peças são moldadas, e agora estou na parte de
funilaria, onde reaproveito peças com defeito”, conta.
Recebendo atualmente uma
bolsa-auxílio que ultrapassa um salário mínimo, Felipe tem o objetivo traçado
de, ao fim do contrato, ser efetivado e crescer dentro da empresa. Para tanto,
já modificou seus planos de vida. “Fazia graduação em História, sempre sonhei
em ser professor. Agora decidi mudar para um curso de Engenharia de Automação
para que a empresa possa me absorver”, diz.
Entre os cursos que estão com
inscrições abertas, alguns remuneram melhor que outros. Conforme estudo do Senai, com dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged), o técnico em
mecatrônica, por exemplo, recebe, em média, após um ano de conclusão do curso,
cerca de R$ 2,3 mil. Após dez anos, o salário atinge R$ 6,1 mil.
No caso dos técnicos projetistas
(desenhista técnico), esses valores são de R$ 2 mil e R$ 7 mil,
respectivamente. Já os técnicos em petróleo e gás recebem entre R$ 2 mil e R$
6,6 mil, os em petroquímica, R$ 1,9 mil a R$ 5,8 mil,
e os em logística, R$ 1,6 mil a R$ 5,2 mil.
Profissões antigas
Mas não são somente as carreiras
novas e com forte apelo na indústria que garantem boa empregabilidade. É o que
garante o professor Antonio Almerico, ao justificar a disponibilidade de vagas
em cursos de técnicos em modelagem do vestuário ou em técnico de móveis.
“Aparentemente é algo do passado,
mas cada vez mais você tem conjunto de possibilidades de trabalho em empresas.
Você não vai ser costureiro, vai pensar o processo de produção, ser coordenador
de grupo de pessoas, pode trabalhar com modelagem, com a produção e
padronização. Tem que aprender informática, é sempre um intermediário entre o
engenheiro e operário da ponta”, detalha.
O hoje estilista Jeferson
Ribeiro, 27 anos, percorreu esse caminho. Em 2004, fez o curso técnico de
Estilismo e Produção de Moda, enquanto esperava o resultado do vestibular que
prestou para Jornalismo. Perdeu na seleção, mas descobriu que sua aptidão era
mesmo a de desenhar com tecidos. Em quase dez anos viu o salário pular de R$ 1,2 mil para mais de R$ 3,5 mil.
Este ano, o jovem decidiu criar
uma marca própria de roupas femininas, que leva seu nome. Ribeiro participou,
na semana passada, de seu primerio desfile de moda, o Dragão Fashion Brasil, em
Fortaleza. “Já trabalhei em Salvador com grandes marcas, e agora estou
começando o caminho-solo”, comemora.
Ribeiro destaca que, apesar de
ainda não ter grande reconhecimento, o mercado de moda na Bahia está em
expansão. “Além da criação na indústria, existe muita oportunidade de produção
de moda para artistas e para lojas, para ajudar os clientes”, salienta.
Aptidão
Como saber que se tem mais
aptidão para ser técnico em plástico, em logística ou em metrologia? O
professor Antonio Almerico reconhece a dificuldade que há para os jovens
optarem pelas carreiras técnicas devido à falta de contato com essas
profissões.
Para tentar ajudar, a Secretaria
da Educação criou um blog com informações sobre a rotina dessas carreiras
(http://www.educacaoprofissionaldabahia.blogspot.com.br). “Mas tem profissões
que não adianta, o jovem não quer. Há grande demanda
na agropecuária de inseminador artificial, por exemplo, mas nem ofertamos”,
observa o dirigente.
CONFIRA
A LISTA DE VAGAS
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