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mil vagas estão ociosas no Ceará
Dilma
Rousseff e Cid Gomes participam hoje da formatura de 2.500 jovens do Pronatec
para incentivar prefeitos
18.07.2013
As
vagas são concedidas e a procura tende a crescer, mas a educação profissional
ainda encontra impasses para chegar à população de baixa renda. No Estado do
Ceará, um dos problemas é a subutilização de iniciativas responsáveis por
oferecer cursos de capacitação gratuitos, - a exemplo do Programa Nacional de
Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) - que está dificultando a
oportunidade de jovens e adultos de obter melhores qualificações e se destacar
no mercado de trabalho.
Conforme
dados da Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS), no início de
2013, 42.786 vagas para formações profissionalizantes foram disponibilizadas no
Estado através do programa federal. Contudo, até agora, apenas 16 mil pessoas
estão matriculadas nas turmas, número que corresponde a pouco mais de 37% da
oferta. Portanto, cerca de 63% das oportunidades ainda
não foram ocupadas.
Para
incentivar o preenchimento de vagas ociosas, a presidente Dilma Rousseff e o
governador Cid Gomes participam, hoje, no Centro de eventos, da formatura de
2.500 jovens do programa Pronatec BSM - Brasil Sem Miséria, em dez municípios
da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Dentre as cidades que possuem
turmas formadas, estão Aquiraz,
Caucaia, Cascavel, Eusébio, Maranguape, além de São Gonçalo do Amarante.
Municípios
O
principal desafio para ampliar o desempenho da iniciativa, segundo Robson
Veras, coordenador de Promoção de Trabalho e Renda da STDS, é superar a falta
de condições dos municípios para realizar os cursos e engajar a população.
Conforme ele, após as mudanças de gestão no início de 2012, muitas cidades
ainda não reestruturaram totalmente os Centros de Referência Assistência Social
(Cras), encarregados de executar as formações. São
373 unidades no Estado.
Embora
o interesse dos gestores em aderir ao programa tenha crescido nos últimos
meses, passando de 68 municípios, no início do ano, para 165, atualmente,
Robson Veras destaca que a carência de equipes que façam o trabalho de
articulação dos cursos é um dos principais motivos do atraso no preenchimento
das vagas. "Além da adesão municipal, é preciso estruturar uma equipe com
capacidade de convencimento para que a população perceba a importância de fazer
o curso. A mudança das administrações municipais atrapalhou o ritmo do
programa", afirma o coordenador.
Robson
Veras explica que as ações dos Cras são determinantes
na tarefa de mobilizar as comunidades, a qual, segundo ele, é outro impasse
para o andamento do Pronatec no Ceará. Por ser de baixa renda e precisar
trabalhar em tempo integral para garantir o sustento, boa parte do público alvo
do programa não pode se dedicar inteiramente aos cursos.
Na
Capital, fazer com que a população tenha acesso ao Pronatec também é um
desafio, como afirma Priscilla Borges, coordenadora
da Gestão Integrada do Trabalho e Qualificação Profissional da Secretaria
Municipal de Trabalho, Desenvolvimento Social e Combate à Fome (Setra). Segundo ela, apesar de possuir estrutura maior que
no Interior do Estado, os Cras de Fortaleza ainda têm
dificuldade de levar informações sobre as formações às comunidades.
Construção
Além
disso, algumas qualificações esbarram na resistência da população e acabam
tendo menor procura. Exemplos disso são cursos nas áreas de construção civil e
transportes. "Esses setores não geram muita identificação por parte das
pessoas e temos percebido que as vagas ficam ociosas", afirma Priscilla.
Robson
Veras pontua que, para tentar contornar os empecilhos, a STDS realizou, no
último mês de maio, um seminário com o intuito de incentivar os municípios a
participarem mais ativamente do Pronatec. Conforme ele, o evento teve
resultados positivos, e a expectativa do órgão é que, até o fim do ano, todas
as vagas desocupadas sejam preenchidas. Outra medida é a ampliar os aportes
municipais necessários para oferecer e divulgar os cursos.
"Não
é tarefa simples. Depende de uma série de fatores, desde o trabalho das equipes
até o desejo das pessoas de participar. Nossa proposta é chegar às autoridades
da assistência social nos municípios e fazer discussões locais para suprir a
demanda de qualificações", diz o coordenador.
FIQUE POR DENTRO
Treinamento para o
mercado de trabalho
Promovido
pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), o Pronatec é
um projeto do governo federal de capacitação de mão de obra para pessoas
carentes.
São
ofertados cursos de formação inicial e continuada voltados
para a inserção no mercado, com duração entre 160 e 400 horas. As
formações são realizadas por meio de parcerias com unidades do sistema nacional
de aprendizagem.
Fonte:
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1293293