> Portal Aprendiz, 05/09/2007

ProJovem unificará seis programas para a juventude

Julia Dietrich 

 

O presidente Luís Inácio Lula da Silva lançou hoje, dia 5 de setembro, o Programa ProJovem. Embora o programa mantenha o nome de um antigo projeto do governo, seu lançamento marca a reformulação dos planos interministeriais para a juventude. Dividida em quatro frentes, a nova política unirá seis programas já existentes e receberá verba de R$ 7 bilhões. Destinado aos jovens em situação de risco social, o ProJovem pretende atender até 2010 quatro milhões de pessoas que tenham entre 15 e 29 anos. Cada uma das quatro subdivisões atenderá uma especificidade da parcela jovem do país. São elas: ProJovem Urbano, que atenderá jovens de 18 a 29 anos das cidades, ProJovem Campo, que dialogará com a mesma faixa etária nas zonas rurais, ProJovem Trabalhador, para a mesma faixa etária e concentrado nas questões de empregabilidade, e Pro Jovem Adolescente, que atenderá adolescentes de 15 a 17 anos de idade. Para o secretário adjunto da Secretaria Nacional da Juventude, Danilo Moreira, o programa vem para contemplar a parcela da população que antes ficava excluída do programa. "Agora uniremos frentes de escolaridade, qualificação profissional,  oportunidade de trabalho e questões comunitárias", pontua, justificando que existem diferenças bastante específicas dentro das faixas etárias atendidas pela política de juventude.

Na frente de trabalho, o programa abarcará o recém-extinto Primeiro Emprego, carro chefe do primeiro mandato de Lula. De acordo com declarações do Ministro do Trabalho, Carlos Lupi, os benefícios serão incorporados às novas ações interministeriais do ProJovem. Para Moreira, o grande trunfo da ação está justamente na parceria entre as diferentes áreas de atuação do governo. Para discutir as necessidades dessa múltipla juventude, o Conselho Nacional da Juventude (Conjuv) realizou, hoje, a Primeira Conferência Nacional de Políticas Públicas para a Juventude e reuniu líderes governamentais, sociedade organizada e movimentos estudantis e de jovens. "Ações como essa são exemplos para outras políticas governamentais. É um modelo paradigmático, pois chama a demanda e a responsabilidade para todos os níveis da administração: municipal, estadual e federal", completa Moreira. Para a educadora e suplente da cadeira da  Associação Cidade Escola Aprendiz no Conjuv, Ariane Leal, a conferência e o próprio conselho vêm para não perder de vista a dimensão das particularidades das diversas juventudes do Brasil. "Dessa forma é possível discutir quais as reais necessidades dessa parcela, que até então figurava um público mal atendido pelas políticas", afirma, referindo-se a população entre 18 e 29 anos, que não eram atendidos nas ações anteriores. Leal acredita que pensar conceitualmente o que é a juventude, ou o que são as várias juventudes brasileiras, é fundamental. Moreira concorda e vai além. "É um ato inédito e que demonstra muita coragem ao chamar os próprios envolvidos para discutir quais as políticas públicas que devem ser feitas. Esse é certamente outro grande diferencial do projeto", completa. Moreira acredita ainda que a mídia ocupa importante papel nessa discussão. "É preciso que a imprensa pare de reproduzir estereótipos sobre a juventude, como, por exemplo, só noticiar que a violência parte na maioria das vezes dos jovens, ou só identificar e divulgar padrões de consumo e de existência para esses jovens, sem espaço para as diferenças", conclui.