ProJovem faz escola
15/05/2007
O modelo de ensino integrado do ProJovem está servindo de exemplo para a renovação dos conceitos do método de ensino na escola regular. Essa foi uma das constatações da reunião entre os 26 Secretários Gestores do ProJovem nas capitais e a Coordenação Nacional do Programa.
O encontro, promovido em Brasília, na semana passada (8/5), analisou o resultado parcial da avaliação externa do Programa, realizada pela rede de Universidades Federais que compõem o Sistema de Monitoramento e Avaliação (SMA) do ProJovem, e discutiu dados de implementação, estratégias de expansão e temas relevantes ao aperfeiçoamento da gestão e desenvolvimento do Programa nas cidades.
Na abertura da reunião, o Secretário Nacional de Juventude, Beto Cury, falou que o ProJovem está servindo como modelo para uma ampliação das Políticas Públicas para a Juventude que o Governo Federal está estudando.
“Atualmente há um grupo de estudo, da qual a Secretaria Nacional de Juventude participa. Estudamos as possibilidades de ampliar o alcance dos programas desenvolvidos para os jovens. E o ProJovem é um modelo de sucesso”, disse Beto.
“A integração é a idéia central do Programa”, afirmou Maria José Féres, Coordenadora Nacional do ProJovem.
“Desde o trabalho conjunto dos Ministérios envolvidos na gestão, até a metodologia que une o Ensino Fundamental à ação comunitária e à qualificação profissional, o segredo do sucesso do ProJovem é que todos caminham juntos, em um trabalho integrado”, disse ela.
Também participaram do encontro representantes dos Ministérios da Educação, Desenvolvimento Social e Combate à Fome e Trabalho e Emprego, além de membros do Conselho Técnico do Sistema de Monitoramento e Avaliação do Programa.
Auto-estima
Na ocasião, os Secretários Gestores do ProJovem nas capitais, que compareceram ou enviaram representantes, puderam refletir, discutir e comparar o andamento do Programa em todo o país. Além disso, trocaram idéias e experiências sobre a gestão e sobre os primeiros resultados desse modelo de ensino integrado.
O consenso foi que o sucesso do programa é resultado do caráter inovador da proposta pedagógica. “Os alunos fazem uma diferenciação entre o ProJovem e a ‘escola comum’. Os resultados parciais da avaliação externa mostram que os jovens sentem a diferença no tratamento dos professores e na abordagem do conteúdo”, explicou Maria José Féres.
Para Justina Iva de Araújo, Secretária de Educação de Natal (RN), o ProJovem é um exemplo de programa para a juventude, um “divisor de águas”. “Nada parecido foi feito antes. Quando se fala em Políticas Públicas para Juventude o ProJovem é o exemplo”.
Justina lembrou de momentos marcantes do Programa em sua capital, como no casamento entre dois alunos em que a cerimônia, festa e lua de mel foram organizadas pelos jovens e pela Coordenação Municipal (http://www.projovem.gov.br/html/noticia50.html). “Até madrinha de casamento de alunos já fui”, disse. “É incrível a melhora na auto-estima desses jovens”.
Outro ponto de destaque foi a evolução que muitos alunos obtém ao concluir o curso. Os secretários comentaram sobre convênios com CEFET’s, empresas privadas e instituições de ensino para estimular a continuidade dos estudos e a inserção no mercado de trabalho.
“Há jovens que passaram na seleção do CEFET, outros já estão cursando o Ensino Médio ou supletivos, e temos o exemplo de um ex-aluno que está fazendo faculdade”, comentou Maria Luiza Martins Allécio, Secretária de Educação do Recife (PE).
“A metodologia e os conceitos de ensino do ProJovem estão influenciando e repercutindo positivamente entre os professores da rede pública de ensino”, acrescentou a Secretária.
A participação e o papel dos assistentes sociais no currículo e nas estações juventude foi outro ponto de debate. O consenso foi que o assistente social está na escola para desenvolver os projetos de ação comunitária (PLA – Plano de Ação Comunitária) e estimular e inserir o jovem em sua comunidade.
Sugestões
As dificuldades na gestão não foram deixadas de lado. Problemas como a evasão, certificação e matrículas puderam ser discutidos e avaliados.
Entre as sugestões: aumentar o tempo de duração do curso, contratação de educadores especializados em cultura e esportes, aumento do auxílio financeiro, implementação do Programa em presídios e ampliação do período de inscrições.
Um dos resultados do encontro foi a proposta de reuniões periódicas entre os Secretários para acompanhar e avaliar permanentemente o desenvolvimento do ProJovem nas cidades.
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