Programa prepara jovens para o mercado de trabalho
Iniciativa busca ampliar
escolaridade, qualificar profissionalmente e promover a inclusão cidadã da
juventude brasileira
17/04/2014
O
Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem)
busca colaborar com a formação profissional de jovens de baixa renda para
inserir esta parcela da população no mercado de trabalho.
Criado
em 2005 e reestruturado em 2008 quando passou a ser denominado de Projovem
Integrado, o programa federal é uma extensão da Política Nacional de Juventude
e se divide em quatro modalidades, voltada aos jovens com diferentes perfis
(adolescente, urbano, campo e trabalhador). Cada uma é gerida por um órgão
federal diverso, mas sempre conta com a parceria de estados e municípios.
O
Projovem Integrado surgiu da união de outros seis programas voltados para a
juventude:
O
próprio Projovem (que até 2011 foi executado pela Secretaria Nacional de
Juventude, vinculada à Secretaria-Geral da Presidência da República e migrou,
em 2012, para o Ministério da Educação);
Agente
Jovem (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome);
Saberes
da Terra (Ministério da Educação);
Escola
de Fábrica (Ministério da Educação);
Juventude
Cidadã (Ministério do Trabalho e Emprego);
Consórcio
Social da Juventude (Ministério do Trabalho e Emprego).
Juntos, esses programas atenderam 683,7 mil
jovens entre 2007 e 2008. O objetivo da união desses programas foi ampliar o
atendimento a um número maior de jovens, assegurando a reintegração à escola e
a qualificação profissional, além de inseri-los em ações de cidadania, esporte,
cultura e lazer. Sendo assim, em 2008 e 2009, dois anos após a integração dos
seis programas, as quatro modalidades atenderam, juntas, a mais de 1 milhão de jovens.
Adolescente
O ProJovem Adolescente é destinado aos jovens de 15 a 17 anos
e oferece oportunidades socioeducativas para criar condições de inserção,
reinserção e permanência do jovem no sistema educacional.
O
público-alvo constitui-se, em sua maioria, de jovens cujas famílias são beneficiárias
do Bolsa Família, estendendo-se também aos jovens em
situação de risco pessoal e social, encaminhados pelos serviços de Proteção
Social Especial do Sistema Único de Assistência Social (Suas) ou pelos órgãos
do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Os
jovens são organizados em grupos, denominados coletivos, compostos por no
mínimo 15 e no máximo 30 jovens. O coletivo é acompanhado por um orientador
social e supervisionado por um profissional de nível superior do Centro de Referência
de Assistência Social (Cras), também encarregado de atender as famílias dos
jovens, por meio do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família
(Paif).
O
Projovem deve também possibilitar o desenvolvimento de habilidades gerais, tais
como a capacidade comunicativa e a inclusão digital, de modo a orientar o jovem
para a escolha profissional consciente, prevenindo a sua inserção precoce no
mercado de trabalho.
A
metodologia prevê a abordagem de temas que perpassam os eixos estruturantes,
denominados temas transversais, abordando conteúdos
necessários para compreensão da realidade e para a participação social.
Por
meio da arte-cultura e esporte-lazer, visa a sensibilizar os jovens para os
desafios da realidade social, cultural, ambiental e política de seu meio
social, bem como possibilitar o acesso aos direitos e a saúde, e ainda, o
estímulo a práticas associativas e as diferentes formas de expressão dos
interesses, posicionamentos e visões de mundo dos jovens no espaço público.
Urbano
O ProJovem Urbano destina-se a jovens de 18 a 29 anos que
apesar de alfabetizados não concluíram o ensino fundamental. Os jovens
participam de um curso com duração de 18 meses ininterruptos, com carga horária
de duas mil horas.
O
Projeto Pedagógico Integrado (PPI) do Programa prevê a articulação de três
dimensões: a formação básica no ensino fundamental por meio da modalidade de
Educação de Jovens e Adultos; a qualificação profissional inicial composta de
formação técnica geral e de formação técnica específica; e a formação para a
participação cidadã.
Atualmente
a coordenação do Projovem Urbano está sob responsabilidade
do Ministério da Educação por meio da Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi). Desse modo o Programa passa a integrar
a política educacional, sendo desenvolvido no âmbito da modalidade de Educação
de Jovens e Adultos em articulação com as políticas públicas de juventude.
Os
jovens recebem um auxílio de R$ 100 por mês condicionado a 75% de frequência
nas atividades presenciais e a entrega de trabalhos pedagógicos.
Em
2013, cerca de 1.800 presos começaram a frequentar aulas do ProJovem
Urbano Prisional em dez estados. O programa é fruto de parceria entre os
ministérios da Justiça e o MEC, e tem o objetivo de melhorar a escolaridade e
incentivar a participação social de jovens privados de liberdade.
Para
participar, é preciso cumprir quatro requisitos básicos: idade entre 18 e 29
anos, ter carteira de identidade e CPF, saber ler e escrever, mas não ter
concluído o ensino fundamental, e ter sido condenado a
prisão em regime fechado. O programa dá prioridade à população carcerária
feminina.
Campo
O ProJovem Campo “Saberes da Terra” integra as políticas de
educação do campo e de juventude, desenvolvidas pelo Ministério da Educação. Dá
a oportunidade a jovens agricultores, excluídos do sistema formal de ensino, de concluírem o
ensino fundamental na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, integrado à
qualificação social e profissional.
O
curso tem a duração de dois anos, se organiza pela metodologia da alternância –
intercalando tempo escola e tempo comunidade – e adota a pesquisa e o trabalho
como princípios educativos.
Trabalhador
O
Projovem Trabalhador prepara os jovens para o mercado de trabalho e para
ocupações alternativas geradoras de renda. Podem participara jovens de 18 a 29
anos, que sejam membros de família com renda mensal per capita de até um
salário mínimo, nos termos do regulamento. O jovem tem de estar cursando ou ter
finalizado o ensino fundamental ou médio.
De
acordo com a assessoria técnica do Ministério do Trabalho e Emprego,
responsável pela gestão desta modalidade, as vagas são abertas à medida que os
estados e municípios firmam a parceria com o governo federal. Cabe aos estados
e municípios a divulgação das vagas e dos períodos de inscrição.
Os
cursos têm duração de 350 horas, divididas entre a qualificação social e
qualificação profissional. Os jovens recebem uma bolsa auxílio de seis parcelas
de R$ 100, desde que obtenham a frequência mínima no período.
O
Projovem Trabalhador unificou as ações: Consórcio Social da Juventude,
Empreendedorismo Juvenil, Juventude Cidadã e Escola de Fábrica. O programa será
desenvolvido em parceria com municípios e governos estaduais, no caso do
Projovem Trabalhador – Juventude Cidadã, e com a sociedade Civil e a iniciativa
privada, no caso dos Consórcios Sociais da Juventude.
O
objetivo da ação de qualificação é estimular e fomentar a geração de
oportunidades de trabalho, negócios, inserção social, bem como promover a visão
empreendedora, com posterior inserção no mercado de trabalho de 30% dos jovens
qualificados.
Adesão
Os
municípios interessados no Projovem Integrado devem observar os seguintes
critérios:
Estar
habilitado nos níveis de gestão básica ou plena do Sistema Único de Assistência
Social (Suas);
Possuir
Centros de Referência da Assistência Social (Cras) em funcionamento e registro
no Censo do Cras;
Apresentar
a demanda mínima de 40 jovens que pertençam a famílias beneficiárias do Bolsa Família.
Fonte:
http://www.brasil.gov.br/educacao/2014/04/programa-prepara-jovens-para-o-mercado-de-trabalho