Os desafios para as políticas de Juventude são
muitos, aponta Severine Macedo, secretária Nacional de Juvetude
18/08/2011
As
políticas públicas para os jovens avançaram a passos largos nos últimos anos. O
dia internacional da Juventude - comemorado em 12 de agosto - é um momento
importante para fazermos um balanço e apontarmos os próximos desafios. O
Brasil, que cada vez mais torna-se referência
internacional no combate à pobreza e no crescimento econômico com distribuição
de renda, também é uma das lideranças mundiais na implementação de ações que
promovem o jovem como um sujeito de direitos e que acreditam no seu potencial
para alavancar o nosso desenvolvimento.
Este
papel de destaque ficou evidente na Reunião de Alto Nível da ONU sobre
Juventude, que aconteceu nos dias 26 e 27 de julho em Nova York. O Brasil
compõe os principais fóruns internacionais relacionados ao tema e articula a
sua agenda com base no princípio da cooperação solidária. A estratégia é o
estabelecimento de parcerias que promovam o desenvolvimento econômico, social e
ambiental dos jovens nos países envolvidos.
A
liderança do Brasil não é por acaso. Os avanços são evidentes: de 1996 a 2007,
o crescimento da frequência de jovens de 15 a 17 no ensino médio foi de 99,2% e
daqueles de 18 a 24 anos no ensino superior de 123,3%. No mercado de trabalho,
a parcela de jovens de 18 a 24 anos com carteira
assinada subiu de 38,2 para 41,7% e entre os de 25 a 29 foi de 40,3 para 47,2%.
Por outro
lado, os desafios são muitos. Os jovens brasileiros se desenvolvem de maneira
desigual. O nível de escolaridade dos jovens rurais é 30% inferior ao dos
urbanos. A taxa de analfabetismo entre os jovens negros é mais que duas vezes
maior do que entre os não negros: 3,4% contra 1,4%. O desemprego juvenil é, ao
longo dos levantamentos dos últimos períodos, quase três vezes maior que a taxa
de desemprego dos adultos.
Atento a
essa realidade, o Brasil vem incorporando, especialmente na ultima década,
políticas públicas especificas para os jovens, além de garantir a incidência do
tema nas políticas sociais e universais - como educação, saúde e geração de
emprego. Esta é uma postura tanto da União quanto de estados e municípios, que
criam órgãos gestores e programas voltados para este segmento. Estas são
conquistas do governo brasileiro, mas, principalmente, dos movimentos sociais e
da sociedade em geral.
Neste
contexto, a Secretaria Nacional de Juventude tem fortalecido seu papel na
promoção das políticas públicas que contribuem para inclusão social dos jovens
brasileiros. A II Conferência Nacional de Juventude é um exemplo de construção
das Políticas Públicas de Juventude, em espaço democrático e com participação
direta e plural das diferentes expressões juvenis.
Agora, as
políticas públicas caminham no sentido da expansão da concepção dos direitos da
juventude. O foco é a garantia de que o jovem tenha autonomia para desenhar a
sua trajetória e condições para viabilizar a sua emancipação. Para além dos
direitos fundamentais, como saúde, educação, cultura, habitação e trabalho, o
jovem deve ter o direitos ao território, à experimentação, à diversidade, à
participação e ao desenvolvimento integral.
Somos 50
milhões de jovens brasileiros. Em nenhum outro momento da história, este
segmento da sociedade foi tão representativo. É hora de ousar nas políticas
públicas de juventude para construir o Brasil sonhado por tantas gerações.
Severine Macedo
Secretária Nacional de Juventude
Secretaria-Geral da Presidência da República
Fonte:
http://www.projovemurbano.gov.br/site/interna.php?p=material&tipo=Noticias&cod=981