Oficina Pedagógica do ProJovem - Manter os jovens dentro de sala de aula é um desafio constante

27/03/2007

 

Na semana passada, entre os dias 20 e 22 de março, a Coordenação Nacional do ProJovem realizou, em Brasília, a 2ª Oficina de Gestão Pedagógica do ProJovem – Regiões Metropolitanas.

 

O encontro teve como principal objetivo consolidar a implementação do ProJovem para reforçar seus princípios fundamentais. Segundo a Assessoria Pedagógica da Coordenação Nacional do Programa, o foco foi na gestão pedagógica, com a integração das dimensões/interdisciplinaridades do projeto pedagógico integrado e as estratégias para assegurar a aprendizagem e permanência do aluno no Programa. 

 

Quarenta representantes de municípios, entre coordenadores administrativos, pedagógicos, de Ação Comunitária e de Qualificação Profissional participaram da oficina. Os municípios: Osasco (SP), Carapicuíba (SP), Suzano (SP), Duque de Caxias (RJ), São Gonçalo (RJ), Vila Velha (ES), Serra (ES), Ananindeua (PA),  Caucaia (CE) e Paulista (PE).

 

Abertura

 

A Coordenadora Nacional do ProJovem, Maria José Vieira Feres, fez a apresentação e abertura da oficina. Na mesa, a presença do Secretário Nacional da Juventude, Beto Cury; o representante do Ministério do Trabalho e Emprego, Francisco Povoas; o representante do Ministério da Educação, Timoty Aireland; e Aidê Cançado Almeida, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

 

Os convidados ressaltaram a ousadia e inovação do ProJovem. O Secretário Nacional da Juventude, Beto Cury, falou sobre a importância de programas como o ProJovem para inserir a juventude na sociedade, mercado de trabalho e comunidade. Francisco Povoas, do Ministério do Trabalho e Emprego, ressaltou a necessidade de internalizar a questão da juventude. Segundo ele, em qualquer lugar do país deve haver espírito de renovação e mudança.

 

Timoty Aireland, do Ministério da Educação, destacou que não se deve separar a vida da escola. “Os jovens tem necessidades urgentes. Precisamos pensar como oferecer uma escola atraente. Não adianta repetir o formato e separar a escola da vida”, disse. “O ProJovem é um exemplo vivo de inserção na vida e na comunidade”.

 

Na seqüência, Aidê Cançado, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, apontou para a ousadia do Programa. “O ProJovem integra o objetivo de um país mais justo, humanitário e digno”, disse.

 

A Coordenadora Nacional do ProJovem, Maria José Vieira Feres, encerrou a cerimônia de abertura lembrando que são dois anos e meio de trabalho. “O sucesso do ProJovem é o trabalho articulado. Todos participam na sustentação”, disse.

 

Em seguida, Maria José apresentou um painel aos representantes dos municípios participantes da oficina, sobre as funções, desafios e perspectivas da gestão municipal com foco pedagógico. Segundo a coordenadora, existe uma cultura fragmentada no desenvolvimento do trabalho.

 

“O ProJovem é integrado. A escolaridade, a qualificação profissional e a ação comunitária caminham juntas. O grande desafio é vencer essa resistência e trabalhar unidos”, disse. 

 

Sobre a metodologia, Maria José lembrou que todas as diferenças culturais e locais são tratadas no material pedagógico, mas que “o Programa é nacional e o material didático foi feito para atender a essas particularidades. O planejamento, a integração e o trabalho coletivo são essenciais”.

 

A interdisciplinaridade foi outro ponto de destaque na fala de Maria José. Para ela, o desafio da implementação do currículo, da aplicação do material didático, do desenvolvimento dos temas propostos e do Professor Orientador dependem de uma atuação conjunta dos educadores.  

 

Maria José complementou mostrando exemplos de atividades culturais desenvolvidas nas estações juventude como forma de atrair os alunos. “A permanência dos jovens dentro da sala de aula é um desafio constante. Temos que fazer aprender, planejar e avaliar. Isso é comprometimento”, afirmou. 

 

No final da apresentação, citando um poema de Murilo Mendes sobre a determinação na realização de um sonho, Maria José encerrou afirmando que é preciso acreditar no jovem, “utilizar a cabeça e o coração”. 

 

Oficinas e painéis

 

Na parte da tarde do primeiro dia da oficina, foi realizada uma mesa redonda sobre a Gestão Pedagógica do ProJovem, com a participação de Maria Umbelina Salgado, como especialista convidada; Márcia Lucena Lira, Coordenadora Geral e de Ação Comunitária do ProJovem de João Pessoa (PB); e Isaura Lobato Lima e Simone Batista Mendes, respectivamente, Coordenadoras Administrativa e Pedagógica do ProJovem de Boa Vista (AC). 

 

Na quarta-feira (21/3), segundo dia de oficina, os trabalhos começaram com uma mesa redonda, coordenada pela Subcoordenadora Nacional do ProJovem, Renata Braga Santos, sobre a construção da interdimensionalidade/interdisciplinaridade na prática do currículo integrado e a formação dos educadores do ProJovem.

 

Carmen Rangel, representante da Fundar (Fundação Darcy Ribeiro), um dos parceiros do ProJovem, falou sobre a formação dos educadores e da função dos professores no Programa. Falaram, em seguida, Renata Villas Boas, especialista convidada, e Francisco Povoas, do Ministério do Trabalho e Emprego. 

 

Durante a tarde, a avaliação foi o tema da oficina. A Coordenadora Nacional do ProJovem, Maria José Vieira Feres, iniciou a mesa redonda destacando o sistema de avaliação e monitoramento como ferramenta de credibilidade do Programa. “Temos que garantir que os jovens participem e obtenham bons resultados. O mundo depende da capacitação desses jovens”, afirmou. 

 

Os assessores pedagógicos da Coordenação Nacional do ProJovem, Maria Adélia Nunes, Jazon Macedo e Luana Pimenta, juntamente com Márcia Seroa Brandão, da Assessoria de Monitoramento e Avaliação da Coordenação Nacional do ProJovem, explicaram o funcionamento das avaliações, do calendário de atividades e dos exames de monitoramento.  

 

Além disso, Márcia Brandão falou da importância do Exame Nacional Externo, prova realizada pelos alunos após o término das aulas, que lhe permite obter o Certificado de Conclusão do Ensino Fundamental. “Esse exame atesta a eficácia do Programa”, assegurou. 

 

Encerramento

 

O terceiro e último dia começou com uma apresentação de Regina Novaes, Secretária-Adjunta da Secretaria Nacional de Juventude, sobre quem é o jovem do ProJovem. Segundo ela, o jovem sempre é visto como suspeito de alguma coisa. “Basta ser jovem para ser encarado como um criminoso”, afirmou.  

 

“O ProJovem é um política pública da juventude voltada para recuperar os jovens que não tiveram direito a educação, trabalho e cidadania”, disse Regina. “O problema da juventude não deve ser tratado somente pelos jovens, mas sim em conjunto: jovens, adultos e idosos. Temos que pensar em uma nova escola que eduque educadores e educandos. Os adultos devem ser ouvidos pelos jovens, mas os adultos devem ouvir os jovens também. Deve haver a troca de experiências”, explicou. 

 

Após a apresentação de Regina, foi a vez do convidado Juarez Sampaio, professor da UnB, que desenvolveu uma oficina cujo tema era o diálogo com a juventude. 

 

Na parte da tarde, os representantes dos municípios foram divididos por áreas específicas para a realização de painéis simultâneos. Os coordenadores administrativos desenvolveram o tema Aspectos Administrativos, Orçamentários e Financeiros, com Sérgio Gotti, da Assessoria de Administração, Orçamento e Finanças da Coordenação Nacional do ProJovem. 

 

Os coordenadores de Qualificação Profissional desenvolveram o tema Execução dos Arcos Ocupacionais, com Misael Goyos de Oliveira, consultor do Departamento de Qualificação do Ministério do Trabalho e Emprego, e com Jazon Macedo, da Assessoria Pedagógica da Coordenação Nacional do ProJovem. 

 

Os coordenadores de Ação Comunitária trataram do tema O papel da Ação Comunitária no ProJovem, com Aidê Cançado, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, e Luana Pimenta, da Assessoria Pedagógica da Coordenação Nacional do ProJovem. 

 

E os coordenadores pedagógicos falaram dos Procedimentos Técnicos/Pedagógicos para implementação do ProJovem, com Maria Adélia Nunes, da Assessoria Pedagógica da Coordenação Nacional do ProJovem. 

 

Após um intervalo, o grupo se reuniu novamente para a última mesa redonda da oficina, sobre o Sistema de Monitoramento do ProJovem. O tema foi desenvolvido por Gilson Breta da Fonseca e Daniela Lara Xavier, da Universidade Federal de Juiz de Fora/CAED. 

 

 

Fonte

http://www.projovem.gov.br/html/noticias/noticia112.html