Negros poderão ser a prioridade do ProJovem, diz assessora do MEC
19/08/2011
A
assessora da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e
Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação (MEC) Misiara Cristina Oliveira afirmou nesta quinta-feira (17)
que o Programa ProJovem
Urbano poderá passar a priorizar o jovem negro. O programa, destinado a jovens de 18 a 29 anos, combina a formação no ensino
fundamental com a qualificação profissional.
Misiara, que participou de debate na Comissão de Trabalho,
de Administração e Serviço Público, informou que os critérios do ProJovem Urbano estão sendo
revistos pelo MEC e que novas turmas serão abertas em 2012. Entre 2008 e 2010,
o ProJovem foi executado
pela Secretaria Nacional da Juventude, vinculada à Secretaria-Geral
da Presidência da República, em parceria com estados e municípios. A partir
deste ano, a gestão do programa foi transferida para a Secadi.
De acordo
com a assessora, a qualificação profissional, prevista no programa, também
deverá ser aperfeiçoada. Misiara Oliveira considera
essa uma das grandes fragilidades atuais do ProJovem. Além disso, segundo ela, está sendo
discutida a ampliação do programa para municípios com mais de 100 mil
habitantes. Atualmente, o ProJovem
prevê parcerias com prefeituras de municípios com mais de 200 mil habitantes.
Até o final de 2010, cerca de 400 mil jovens em 83 municípios e 10 estados
foram beneficiados.
Estima-se
que 2 milhões dos cerca de 50 milhões de jovens
brasileiros entre 18 e 29 anos não concluíram o ensino fundamental. “O
principal desafio do ProJovem
Urbano é garantir a elevação da escolaridade de jovens excluídos do processo
educacional”, destacou Misiara.
Preocupações
O deputado Eudes Xavier (PT-CE), que solicitou a
audiência, afirmou preocupar-se com a formação continuada dos educadores; com o
controle da frequência dos alunos e das tarefas
feitas por eles; com a orientação profissional dada a eles no programa; e com a
articulação do programa com estados e municípios.
“A
formação dos educadores é estratégica e será garantida”, disse a assessora da Secadi. “Esse investimento é uma política do ministério”,
completou. Misiara também garantiu que o controle da frequência será mantido como principal critério para a
concessão de bolsas de estudo. Conforme os critérios atuais, o aluno inserido
no ProJovem Urbano recebe um
auxílio mensal de R$ 100, pago mediante a entrega dos trabalhos escolares e frequência de 75% às aulas.
A
deputada Flávia Morais (PDT-GO) ressaltou que o programa não tem como foco a
transferência de renda, mas que a bolsa é importante para apoiar os alunos, com
transporte e alimentação, por exemplo. A parlamentar afirmou ainda que o
programa deveria chegar a localidades mais distantes
ou prever o deslocamento desses alunos para os centros urbanos. Segundo
informou, em Goiás, o primeiro estado a aderir ao programa, milhares de alunos
conseguiram concluir o ensino fundamental graças ao ProJovem.
Política
educacional
A chefe de gabinete da Secretaria Nacional de Juventude, Maria Divaneide Basílio, considera a transferência do ProJovem Urbano para o Ministério
da Educação “importante para aumentar o diálogo com a política educacional do
País”. Com a mudança, o programa passará a ser administrado no espaço formal
das escolas publicas – o que não ocorre hoje. Para ela, isso poderá contribuir
para diminuir o preconceito contra os jovens que fazem parte do programa,
reduzindo também a evasão deles.
Maria Divaneide ressaltou ainda que o programa tem
o poder de ampliar o acesso dos jovens a outras políticas nacionais de
juventude, executadas pela secretaria. “O processo de formação no programa é
bastante qualificado”, opinou. Na audiência, o deputado Edinho Bez (PMDB-SC) destacou a importância de se qualificar os
jovens. “Não preparávamos os jovens no passado e hoje faltam técnicos e
profissionais em várias áreas”, lamentou.
Fonte: Agência Câmara de Notícia
Fonte:
http://www.projovemurbano.gov.br/site/interna.php?p=material&tipo=Noticias&cod=982