Jovens agricultores terão formação equivalente ao ensino fundamental
Quinta-feira, 13 de agosto de 2009 - 18:53
Mais de 16 mil jovens agricultores de seis estados ingressam, na primeira semana de setembro, em cursos do programa Projovem Campo – Saberes da Terra, que dá formação equivalente ao ensino fundamental. São agricultores com idade entre 18 e 29 anos, alfabetizados, com ensino fundamental incompleto, da Bahia, Paraná, Pernambuco, Ceará, Minas Gerais e Santa Catarina, conforme tabela.
Os agricultores
farão um curso de dois anos que combina conhecimentos teóricos com formação
profissional em agricultura familiar. Este ano, o Projovem Campo abre
oportunidade de conclusão do ensino fundamental a 35 mil agricultores na faixa
de
O consultor do programa na Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, José Roberto Rodrigues de Oliveira, explica que os nove estados restantes ainda estão no processo de matrícula dos agricultores ou na formação inicial dos professores, etapas que precedem o início das aulas.
Parceria - O ProJovem Campo é uma ação do governo federal desenvolvida em parceria com as secretarias estaduais de educação e com uma rede de instituições públicas. A formação de jovens agricultores com pouca escolaridade reúne os ministérios da Educação, Desenvolvimento Agrário, Trabalho e Emprego, Meio Ambiente, Desenvolvimento Social e Combate à Fome e a Secretaria-Geral da Presidência da República.
É responsabilidade das universidades fazer a formação dos educadores e dos coordenadores de turmas indicados pelas secretarias estaduais. A preparação tem carga horária de 360 horas e transcorre durante os dois anos do curso. Ao final, professores e coordenadores recebem um certificado da instituição formadora que pode ser de especialização ou de extensão.
Já os agricultores fazem o curso no sistema de alternância (um período na escola e outro na propriedade). O currículo de 2.400 horas aborda cinco temas: sistemas de produção e processo de trabalho agrícola; desenvolvimento sustentável e solidário; economia solidária; cidadania, organização social e política pública; agricultura familiar, etnia, cultura e identidade. Além dos temas que tratam da profissão, os alunos vão estudar linguagens, ciências exatas, formação humana e profissional. Ao final do curso, recebem certificado de conclusão do ensino fundamental com qualificação profissional.
Recursos – O investimento do governo federal na formação dos 35 mil agricultores é de R$ 111,2 milhões. Destes recursos, R$ 84 milhões são para os 19 estados e R$ 27,2 milhões para as 19 instituições de ensino público parceiras da ação.
Em 2008, o Ministério da Educação selecionou 19 instituições para o Projovem Campo: são 10 universidades federais: de Santa Catarina (UFSC), Espírito Santo (UFES), Mato Grosso do Sul (UFGD), Ceará (UFCE), Paraíba (UFPB), Paraná (UFPR), Minas Gerais (UFMG), Sergipe (UFSE), Alagoas (UFAL), Rondônia (UFRO), Pernambuco (UFPE), Rio Grande do Norte (UFR do Semi-Árido); os institutos de educação, ciência e tecnologia do Pará e de Cuiabá; as universidades estaduais da Bahia (Uneb), Maranhão (UEMA), Amazonas (UEA), Tocantins (Unitins); e o Instituto Superior de Educação Antônio Freire, de Pernambuco.
Ionice Lorenzoni
Palavras-chave: Projovem Campo, educação continuada
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