CNE discute proposta do ProJovem
03/02/2005 16h05
A proposta pedagógica para o desenvolvimento do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem) foi discutida na reunião de hoje, 3, na Câmara de Educação Básica (CEB), do Conselho Nacional de Educação (CNE). O projeto – relatado pelos conselheiros Francisco Aparecido Cordão, especialista em educação profissional, e Carlos Nejar, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) – tem por objetivo a elevação social de jovens de 18 a 24 anos, com a integração de três níveis: escolaridade, qualificação profissional e ação comunitária. O primeiro estágio do ProJovem pretende atingir 400 mil jovens excluídos em todo o País.
O programa tem R$ 300 milhões garantidos no Orçamento Geral da União de 2005 e será desenvolvido pelo Ministério da Educação, por meio de ações da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) e a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec). Os outros parceiros são a Secretaria-Geral da Presidência da República e os ministérios do Trabalho e Emprego e do Desenvolvimento Social.
“O ProJovem visa ajudar o jovem a concluir o ensino fundamental. Ao mesmo tempo há a preocupação com a educação profissional. Queremos proporcionar uma qualificação básica, planejada por área ocupacional e considerando os itinerários de profissionalização. O terceiro eixo é o da educação comunitária, ou seja, conduzir o jovem num projeto comunitário. O estágio da educação profissional será na comunidade”, ressaltou Cordão.
Com base nos indicadores sociais da Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílios (PNAD/IBGE), Cordão teceu um mapa da clientela do ProJovem, que atinge 5,4 milhões de pessoas. “O Brasil tem 23 milhões de jovens entre 18 e 24 anos. Desses, só 7,9 milhões freqüentam a escola. “Portanto, temos 15 milhões de jovens de 18 a 24 anos fora da escola. Deste total, cerca de 750 mil são analfabetos e 5,4 milhões não concluíram o ensino fundamental. Só 1,7 milhão concluíram o ensino fundamental. Outros 1,2 milhão começaram o ensino médio, mas não concluíram. Os outros 5 milhões que concluíram, não foram para a universidade.”
Convênios – Por meio de convênios com as prefeituras das capitais, o ProJovem oferecerá, durante um ano, 1.600 horas de curso, a chance de aceleração de aprendizagem (para conclusão da oitava série), inclusão digital e qualificação profissional básica. O aluno terá incentivo mensal de R$ 100,00 (recursos da União repassados por convênio) e deverá desenvolver ações sociais em suas comunidades. Em 2005, serão incluídos 200 mil jovens no programa.
Com a criação do ProJovem, do Conselho Nacional da Juventude e da Secretaria Nacional da Juventude, o Brasil passa a ter uma política nacional de juventude voltada para uma população de 34 milhões de pessoas, de 15 a 24 anos de idade. O ProJovem será coordenado pela professora Maria José Vieira Féres, professora do Departamento de História da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG) e ex-secretária de Educação Infantil e Fundamental do MEC, em 2003.
Repórter: Sonia Jacinto
FONTE
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=content&task=view&id=641&FlagNoticias=1&Itemid=757