Zona rural e pessoas além dos 65 anos elevam taxa de analfabetos

16/11/2011

 

País tem 13,9 milhões de brasileiros que não sabem ler e escrever, segundo Censo. Região com maior índice é o Nordeste

 

Ler ou escrever um bilhete simples ainda não é tarefa possível para 13,9 milhões de brasileiros (ou 9,6% da população) com mais de 15 anos, segundo dados do Censo Demográfico 2010 publicados nesta quarta-feira, dia 16, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa, embora represente uma redução no índice de analfabetismo em relação ao levantamento de 2000, que era de 13,6%, mostra que o País ainda precisa alfabetizar 9,7 milhões de pessoas para alcançar a meta do Plano Nacional de Educação e acordada com a ONU para 2015, de ter apenas 6,7% de analfabetos. Se consideradas na amostra as crianças com mais de 10 anos, idade em que elas já deveriam estar alfabetizadas, a taxa reduz um pouco, para 9% da população ou 14,6 milhões de pessoas sem saber ler e escrever. Entre os de 10      a 14 anos, em 2010, havia 671 mil não alfabetizados, uma taxa de 3,9%, e entre os jovens que têm de 15 e 19 anos chega a 2,2%.

Assim como nos últimos levantamentos sobre a alfabetização dos brasileiros, os maiores índices de analfabetos aparecem entre os mais velhos, da zona rural, nas regiões Nordeste e Norte. Entre os que têm mais de 65 anos, a taxa chega a 29,4%. Na área urbana, de 2000 para 2010 o índice de pessoas de 15 anos ou mais sem ler e escrever caiu de 10,2% para 7,3%, mas na área rural ainda é de 23,2% (antes era 29,8%). O Nordeste tem 19,1% de analfabetos, seguido da Região Norte, com 11,2%. Em ambas as regiões aconteceu o mesmo que no resto do Brasil, o analfabetismo diminuiu: em 2000, era de 26,2% e 16,3%, respectivamente. As regiões             Sul, 5,1% de analfabetos, e Sudeste, 5,4%, apresentam índices já de acordo com a meta brasileira para 2015. Se forem considerados os Estados, a menor taxa do País é a do Distrito Federal, com 3,5%, e a maior é a de Alagoas: 24,3%.

Renda x alfabetização - A renda é outro fator que influencia diretamente o nível de alfabetização do brasileiro. Levando-se em conta as pessoas com mais de 10 anos sem rendimento ou ganhando até um quarto do salário mínimo per capita, a taxa de analfabetismo é de 17,6%. No entanto, entre os que têm rendimento domiciliar por pessoa de 1 a 2 salários mínimos, essa taxa cai para apenas 3,5%, chegando a 1,2% entre os que ganham de 2 a 3 salários e quase zerando nos que recebem mais de 5 salários (0,4%).

 

Tatiana Klix, IG São Paulo

IG Educação