ISMENIA DE FÁTIMA VIEIRA. EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA: AS
VOZES GUARANI SOBRE A ESCOLA NA ALDEIA. 01/05/2006
1v. 187p. Mestrado. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - EDUCAÇÃO
Orientador(es): MARISTELA FANTIN
Biblioteca Depositaria: BU
Palavras - chave:
educação escolar indígena; vozes Guarani; jeito Guarani
Área(s) do conhecimento: EDUCAÇÃO
Banca examinadora:
CRISTIANA TRAMONTE VIEIRA DE SOUZA
ROSA HELENA DIAS DA SILVA
Linha(s) de pesquisa:
EDUCAÇÃO E MOVIMENTOS SOCIAIS QUESTÕES E PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS EMERGENTES NA PRÁTICA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS, FOCALIZANDO PARTICULARMENTE A CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA, A RELAÇÃO ENTRE ESTADO, ONGs E SOCIEDADE CIVIL, EDUCAÇÃO POPULAR, AMBIENTAL, SAÚDE, CULTURA E INTERCULTURA.
Dependência administrativa
Federal
Resumo tese/dissertação:
O presente trabalho trata de um estudo de caso na Aldeia Indígena M’Biguaçu - Tekoá Yynn Moronti Wherá em Biguaçu/SC - que investiga as vozes Guaranis sobre a escola na aldeia. Problematiza as vozes de crianças, jovens, adultos e lideranças, no sentido de compreender as relações, anseios, os significados atribuídos à escola e o que preconizam para a organização e construção da escola específica, diferenciada, bilingüe e intercultural. A abordagem metodológica de natureza qualitativa apoia-se nas observações, entrevistas, desenhos das crianças, diário de campo, experiência profissional da pesquisadora e nos referenciais teóricos da educação, história e antropologia, para compreender as relações estabelecidas na atualidade entre os Guarani e a escola instituída na aldeia. A discussão inicia-se partindo do olhar histórico sobre os indígenas e a sua educação escolar, dando ênfase à educação escolar indígena em Santa Catarina. Situo a aldeia M’Biguaçu buscando identificar o Jeito Guarani, a história da aldeia e da escola e sua organização. Por fim, faz-se referência às vozes Guaranis sobre a escola na aldeia. Os resultados apontam para o sentido de que a escola ocupa lugar de destaque na aldeia. É considerada por seus membros como a segunda casa de reza, que contribui para fortalecer a cultura e as organizações sociais desse grupo. Os dados apontam para as tradições no sentido de potencializar os rituais, cerimônias, artesanato, agricultura, enfim, o Jeito Guarani de conceber a escola. Portanto, são atribuídos à escola dois papéis fundamentais: um, de desenvolver os conhecimentos da sociedade não-indígena, tais como leitura e escrita, para empreender suas grandes lutas; outro, relacionado com as questões culturais Guarani, quais sejam, os ensinamentos tradicionais, fortalecendo e valorizando a cultura, principalmente para os jovens que estão num processo de desvalorização da mesma, efeito da aculturação a partir do intenso contato com a sociedade não-indígena. Enfim, a escola é admitida como ponto de conexão entre os dois mundos, enfatizando a religião e fortalecendo a luta pela terra para “viver bem”, o seu sistema (TEKÓ) e a reprodução do NHANDEREKÓ.