Zoe
Margarida Chaves Vale. Encontros e desencontros entre jovens e a escola:
sentidos da experiência escolar na educação de jovens e adultos - EJA. 15/10/
2007
1v. 281 p. Mestrado. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS
GERAIS – FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
Orientador (es):
CORNELIS JOHANNES VAN STARLEN
Biblioteca Depositaria: Biblioteca
Digital da UFMG
Palavras - chave:
Desinstitucionalização; escola do
sujeito; experiência escolar; lógicas de integração social; estratégia e
subjetivação; educação para/com jovens.
Área(s) do
conhecimento: PSICOLOGIA SOCIAL
Banca examinadora:
CORNELIS JOHANNES VAN STARLEN
LEÔNCIO JOSEÉ GOMES SOARES
SORAIA ANSARA
Linha(s) de
pesquisa:
Não informado pelo autor no trabalho
Dependência administrativa
Federal
Resumo
tese/dissertação:
A
investigação tem como objeto a relação dos jovens com a escola e os sentidos
que eles próprios atribuem à sua experiência escolar. Os processos de
desmodernização e desinstitucionalização das sociedades contemporâneas demandam
novas funções da escola e novas desigualdades atingem, sobretudo, os jovens
pobres de periferia urbana e de camadas populares. Estes se vêem obrigados a
procurar alternativas educacionais como os cursos supletivos noturnos, ou
interrompem seus estudos, gerando um círculo vicioso entre fracasso escolar e
abandono do ensino regular. Os sujeitos foram os alunos jovens entre 15 e 27
anos, da modalidade de ensino noturno EJA - Educação de Jovens e Adultos - de
uma escola pública municipal de Belo Horizonte, pois a EJA visa atender a um
público cujas especificidades não são atendidas pelo Ensino Regular Comum nem pela
Suplência do ensino público. A EJA também apresenta uma história de abertura a
mudanças pedagógicas e de integração das culturas populares. Os jovens de hoje
precisam construir projetos e atribuir uma utilidade social aos estudos
técnico-científicos e investir em seus gostos intelectuais e interesses
culturais. O intuito, portanto, foi compreender os sentidos desta nova
experiência escolar de EJA para os jovens e investigar se a escola atende a
estas novas demandas juvenis, uma educação para/com os jovens. A escola
investigada permanece importante instância de socialização e, através de
inovações na área cultural, propiciou significativas experiências de
subjetivação aos jovens; no entanto, a função de transmissão de conhecimentos e
de preparação de competências para o mercado de profissões se mostrou
deficitária. Constatamos diferentes modos de relação dos jovens com a escola e
de construção da experiência escolar, que se diferenciam em intensidade:
integrada com subjetivação; paralela e estrategista; de adesão sem
distanciamento crítico e de subjetivação contra a escola. A investigação em
campo durou quinze meses de período letivo, numa freqüência média de uma vez
por semana,entre setembro de 2005 e junho de 2007. Foi
utilizada a pesquisa participante: observações etnográficas, intervenções a
partir da inserção nas atividades escolares extra-classe,
oficinas de teatro espontâneo, entrevistas coletivas e individuais. Utilizamos
as contribuições teóricas de TOURAINE - a perspectiva da Escola do Sujeito - e de
DUBET - a Teoria da Experiência - que aplica as lógicas de ação à construção de
identidades e à experiência escolar.