UNE será parceira do MEC no programa Brasil Alfabetizado

10/07/2003 17:22

 

O ministro Cristovam Buarque recebeu hoje, 10, no Ministério da Educação, a nova diretoria da União Nacional dos Estudantes (UNE). O presidente da entidade, Gustavo Petta, informou que os estudantes podem contribuir com o programa Brasil Alfabetizado. “Queremos efetivar uma parceria para iniciarmos o projeto em Manari (PE), que tem o pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do país”, disse. O município tem 13 mil habitantes e cerca de 55% da população não sabe ler e escrever.

 

Segundo Petta, os estudantes vão continuar a luta por uma educação pública gratuita e de qualidade e, também, pelo repasse de 10% do PIB, brigando pela derrubada do veto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no Plano Nacional de Educação.

 

O ministro reiterou o apoio à UNE nas suas metas e conclamou os estudantes a participarem de uma grande mobilização nacional pela educação. “O presidente Lula precisa dos jovens para fazer as mudanças necessárias. Existem dificuldades financeiras, disputa por recursos, mas não é só orçamento, temos que fazer uma espécie de “luta abolicionista” da educação”, afirmou. Nos estudos e debates do Plano Plurianual (PPA-2-004/2007) estão previstos mais recursos para os programas da educação brasileira.

 

Cristovam Buarque também desafiou os estudantes a fazer uma “revolução” pela universalização do ensino médio no Brasil, por uma escola pública de qualidade, pelo fim do analfabetismo e pela valorização dos professores. “Quero ver a UNE parceira na luta pelas metas que vão ajudar o presidente Lula a completar a Abolição e a República no país”.

 

Ensino superior – A União Nacional dos Estudantes ainda apresentou três pontos de discussão sobre o ensino superior: avaliação e reformulação do Provão; democratização do acesso às universidades públicas e particulares; e a autonomia universitária.

 

O secretário de Educação Superior, Carlos Antunes, que também participou do encontro com os estudantes, informou que os temas já estão sendo discutidos no âmbito do MEC, inclusive com a participação da UNE.

 

De acordo com o secretário, nos dias 6 e 7 de agosto, em parceria com as comissões de Educação da Câmara do Deputados e do Senado Federal, o MEC estará promovendo um grande debate no Auditório Petrônio Portela, sobre o tema Por que e como reformar a universidade?.

 

Antunes informou que muitas instituições de ensino superior já estão repensando o acesso à universidade, como mudanças no vestibular. Já o MEC vem estudando novas formas de inclusão social, como o aumento de cursos noturnos, programas de assistência estudantil, ensino a distância e bolsas universitárias.

 

O secretário disse ainda que, neste primeiro semestre, foram ocupadas seis mil vagas ociosas nas universidades públicas e que a expectativa é de que outras cinco mil sejam preenchidas até o final do ano.

 

Posse - Ao tomar posse ontem, 9, no auditório do Centro Cultural da Câmara dos Deputados, o presidente da UNE convocou os estudantes a “arregaçarem as mangas e irem aos  bolsões de pobreza para ajudar na transformação social do Brasil”. Gustavo Petta defendeu, ainda, a participação dos alunos no debate sobre a reforma e a democratização da universidade brasileira.

 

Gustavo é estudante de Jornalismo na PUC/Campinas (SP) e foi eleito durante o 48º Congresso da entidade, realizado em Goiânia (GO), de 18 a 22 de junho. O novo presidente tem como meta para o mandato 2003/2005 a construção de uma parceria com os ministérios da Educação, dos Esportes e da Defesa para levar os estudantes às áreas mais pobres do País. O objetivo é que eles conheçam a realidade nacional e contribuam com programas sociais, como o Brasil Alfabetizado, do MEC, e o Fome Zero, do governo federal.

“Nós vamos ser protagonistas e agentes diretos da transformação social brasileira. Queremos um canal aberto de discussão com o governo, mas vamos manter a nossa independência e autonomia”, disse Petta em seu discurso de posse.

 

De acordo com Gustavo, a UNE estuda um calendário de mobilização dos estudantes, professores e servidores para reflexões sobre o rumo da universidade brasileira. A sugestão de dedicar um dia aos debates acadêmicos foi feita pelo ministro da Educação, Cristovam Buarque, durante a realização do Congresso da UNE.

 

 

Repórteres: Marcela Gracie e Ionice Lorenzoni

 

FONTE: http://www.mec.gov.br/acs/asp/noticias/noticiasDiaImp.asp?id=3858