CLARICE SALETE TRAVERSINI. Programa Alfabetização Solidária: o governamento de todos e de cada um. 01/04/2003 1v. 211p. Doutorado. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - EDUCAÇÃO

 

Orientador(es):

Tomaz Tadeu da Silva

 

 Biblioteca Depositaria: BIBLIOTECA SETORIAL DE EDUCAÇÃO

 

Email do autor: clarice@bage.unisinos.br

 

 Palavras - chave: Governamentalidade, Programa Alfabetização Solidária, discur

 

 

Área(s) do conhecimento:  POLÍTICA EDUCACIONAL

 

 

Banca examinadora: 

 Dagmar Elisabeth Estermann Meyer

 

 LUIZ ARMANDO GANDIN

 

 MARIA MANUELA ALVES GARCIA

 

 MARLUCY ALVES PARAISO

 

Linha(s) de pesquisa:

 EIXO TEMÁTICO 3: CULTURA, CURRÍCULO E SOCIEDADE  Considera as relações entre cultura, sociedade e currículo nas suas dimensões educativas tanto produtivas quanto reprodutivas.

  

Idioma(s): Português

 

Dependência administrativa

  Federal

 

Resumo tese/dissertação:

 A presente tese consiste no estudo de uma parcela do discurso do Programa Alfabetização Solidária (PAS), criado em 1997 para erradicar o analfabetismo no Brasil. Inspirada em conceitualizações como governamentalidade e discurso, utilizadas por Michel Foucault e Nikolas Rose, entre outros pesquisadores, procurei analisar como o PAS constitui-se em uma forma de governamentalização da sociedade brasileira e dos indivíduos. Para a operacionalização da pesquisa, selecionei um conjunto de textos produzidos e publicados periodicamente pelo PAS no período de 1997 a 2002. Com base nos textos e nas conceitualizações selecionadas, argumento que a valorização dos saberes locais, o resgate da auto-estima, a leitura, a escrita e o cálculo escolar consistem em estratégias e técnicas engendradas pelo PAS para constituir sujeitos alfabetizados, autônomos e responsáveis pelos seus riscos; empresários/as comprometidos/as com a solução dos problemas sociais; e voluntários/as sensíveis aos apelos das instituições governamentais. Mostro que a alfabetização e a solidariedade constituem-se em formas de governar sujeitos e populações, mobilizando cada indivíduo, sua família e sua comunidade para evitar e prevenir-se do analfabetismo, considerado um fator de risco social. A operacionalização da alfabetização solidária é realizada por meio de processo de autonomização da sociedade, promovendo-se parcerias entre o setor público e privado para reduzir os custos do Estado na solução dos problemas sociais. Por fim, aponto que, para governar, gerenciar o risco e autonomizar a sociedade, o Programa depende de uma expertise. Com seus conhecimentos e experiências reconhecidos, os/as especialistas autorizados/as no PAS produzem saberes que, implicados com as relações de poder, avalizam tal programa como um "modelo" de erradicação do analfabetismo flexível, de baixo custo e passível de exportação.