Susipe tem como meta alfabetizar todos os presos do Pará até 2014

27/06/2013

 

 

Todo preso tem direito à educação. No Brasil, mais de 12 mil detentos já foram beneficiados pelo Programa Brasil Alfabetizado (PBA), do Governo Federal, que também atende à população carcerária. Criado em 2003 pelo Ministério da Educação (MEC), o programa busca, através da alfabetização, dar acesso à cidadania e elevar o nível de escolaridade da população no país. A proposta é alfabetizar jovens, adultos, idosos, indígenas e presos no prazo de oito meses, possibilitando aos alunos participantes aprenderem a ler e escrever.

O programa está implantado em quase duas mil cidades do país, que apresentam os maiores índices de analfabetismo. No caso das casas penais é uma alternativa para ampliar a escolaridade de quem procurou a criminalidade por falta de acesso à educação. De acordo dados do Infopen (Sistema de Informações Penitenciárias), do Ministério da Justiça, mais de 65% das pessoas detidas no país não possuem o ensino fundamental completo. No Pará, esse número chega a 57% da população carcerária total custodiada pelo Sistema Penitenciário do Estado (Susipe). Cerca de 900 presos não sabem ler e nem escrever.

"Mais de 20 Unidades Prisionais do Estado já participam do programa. Atualmente, todos os 16 Centros de Recuperação da Região Metropolitana de Belém já são atendidos pelo PBA, através de uma parceria com a Secretaria Estadual de Educação (Seduc). O projeto é uma importante ferramenta de reinserção social e nós estamos seguindo a meta nacional de erradicação do analfabetismo. A nossa meta é alfabetizar toda a população carcerária do Pará até 2014", explica a gerente da Divisão de Educação da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe), Marizângela Fuckner.

Nesta quarta-feira (26), 20 internos custodiados no Centro de Recuperação Regional de Altamira (CRRALT) participaram do encerramento das aulas do (PBA). As aulas do Brasil Alfabetizado começaram em abril deste ano, através de uma parceria entre a Susipe e a Prefeitura Municipal de Altamira, que solicitou ao Governo Federal incentivo para implantar o programa na casa penal. “Apesar da falta de conhecimento dos internos, as aulas foram desenvolvidas de forma muito produtiva, hoje todos já conhecem bem o alfabeto e podem assinar o próprio nome”, explica a professora do projeto, Frankcedrina da Rocha.

“O sistema penitenciário tem a missão de oferecer aprendizado e educação aos internos, tanto que já temos uma nova sala totalmente climatizada pronta para receber os internos no próximo semestre. Esse novo ambiente vai ajudar os detentos a se concentrar nas aulas, o que não acontecia antes no antigo local que era a quadra onde as condições desgastavam a aula”, garante o diretor do Centro Reginal de Altamira, Paulo César Alves.

Para o interno Wandenilson Cordeiro, a educação é uma oportunidade de começar uma vida nova. “Vou continuar os meus estudos aqui buscando sempre a capacitação para que no dia em que eu sair eu esteja qualificado”, afirma. Já para o detento Ilaelson Batista, o conhecimento nas aulas vai muito além das páginas dos livros. “Depois que começaram as aulas, eu percebi que falo melhor com as pessoas, isso me dá muita satisfação, pois a relação das outras pessoas comigo também é mais agradável”, conclui.

 

Fonte:

http://www.agenciapara.com.br/noticia.asp?id_ver=129497