SONIA RIBAS DE SOUZA SOARES. As
Contradições da Vida e do Trabalho dos Alunos da EJA em Porto Alegre – RS. Um
Estudo de Caso. 01/11/2006
1v. 220p. Mestrado.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - EDUCAÇÃO
Orientador(es): AUGUSTO NIBALDO SILVA TRIVIÑOS
Biblioteca Depositaria: Biblioteca Setorial de
Educação
Palavras - chave:
Educação - EJA - Trabalho
Área(s) do conhecimento:
EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO DE ADULTOS
Banca examinadora:
RAIMUNDO HELVÉCIO AGUIAR
Linha(s) de pesquisa:
EIXO TEMÁTICO 2:
POLÍTICAS DE FORMAÇÃO, POLÍTICAS E GESTÃO DA EDUCAÇÃO Voltado para as políticas que atravessam o
campo da educação nas suas mais variadas intencionalidades e nos múltiplos
campos do fazer-pensar em que se projeta o ato educativo.
Dependência administrativa
Federal
Resumo tese/dissertação:
Estudei as contradições da vida e do trabalho
dos alunos da Educação de Jovens e Adultos da Escola de Ensino Fundamental
Estado Rio Grande do Sul - Porto Alegre – RS. Conhecendo e compreendendo como vivem os alunos egressos, qual o significado que atribuem ao
estudo e ao trabalho e as possibilidades que esta educação proporcionou na
organização da vida material dos mesmos. Estudei, também, o caminhar histórico
da EJA sua contextualização em nível local, regional e nacional sustentados
pela historicidade da legislação para poder compreende-la.
Minha intenção não é apenas conhecer, compreender esta realidade de maneira
mais profunda, mas a luz dos resultados, elaborar uma
proposta de currículo que venha atender os anseios e as necessidades desta
população especifica, e assim, possibilitando algumas melhorias em sua vida e
trabalho. Minha investigação é de natureza qualitativa, dialética materialista,
um Estudo de Caso. A população e a amostra se constituíram de alunos egressos
do Ensino supletivo de 1º grau, atualmente, Ensino Fundamental – Modalidade
EJA, entre 1990 e 1995. A
coleta de informações se deu, fundamentalmente, através de entrevistas
semi-estruturadas. A descrição, interpretação, explicação e compreensão das
informações se constituíram em momentos específicos. Num primeiro momento,
categorizei as informações (depoimentos dos alunos egressos) empiricamente em
três categorias que estão correlacionadas, mas fundamentadas pelo Modo de
Produção Capitalista: a vida, o trabalho e a escola. A partir daí tentei
sistematizar o trabalho utilizando as categorias centrais do materialismo
dialético e o histórico. A análise deste fenômeno em sua totalidade apresentou
em sua essência contradições materializadas na vida desses egressos da EJA,
principalmente em suas condições de luta pela sobrevivência, através do
trabalho. Os alunos em suas falas colocam a necessidade do estudo para se
manterem no trabalho, para arrumarem emprego, para sobreviverem e terem vida
digna. E apontam que a EJA modificou as suas vidas em vários aspectos, menos na
condição prioritária, que é o aspecto econômico. Nesses depoimentos foram possíveis perceber que as contradições presentes em
suas condições de vida e trabalho, bem como o seu significado, são profundas e
de difícil superação individual, principalmente, por serem contradições que se
fazem presentes num contexto econômico, político e social singular, que
determinam as condições materiais de vida das pessoas em geral, e que para sobreviverem
tem que ser trabalhadores que vendem, a única coisa que ainda lhes restam, sua
força de trabalho. E que são usados pelo sistema capitalista, sendo assim,
ajudam a manter com suas características mais essenciais a exploração deste
trabalhador para obter mais lucro, e assim, gerar mais mercadorias, gerar mais
capital. Nas considerações finais apresento uma Proposta de Currículo para as
escolas de EJA, e em especial a escola em estudo, como uma possibilidade para
os jovens e adultos trabalhadores. Mesmo sendo utópica é uma semente de
esperança lançada aos olhos daqueles professores que não estão contentes com a
forma que a sociedade está organizada e como esta determina o tipo de currículo
que os trabalhadores se formam. Por quê considero
fundamental que a escola sistematize uma política para esses estudantes,
reconhecendo a sua singularidade de trabalhador.