SUELY DOS SANTOS SILVA. EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: IMPLICAÇÕES DA ESCOLARIZAÇÃO BÁSICA NOTURNA E TARDIA.. 01/09/2005

1v. 153p. Mestrado. UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS - EDUCAÇÃO

Orientador(es): ANGELA CRISTINA BELÉM MASCARENHAS

Biblioteca Depositaria: UFG

 

Palavras - chave:

EDUCAÇÃO E TRAB. - POLÍTICAS COMPENSATÓRIAS - ESCOLARIZAÇÃO

           

Área(s) do conhecimento: EDUCAÇÃO

 

Banca examinadora:

MARIA ESPERANÇA FERNANDES CARNEIRO

           

Linha(s) de pesquisa:

EDUCAÇÃO, TRABALHO E MOVIMENTOS SOCIAIS  Estuda a relação da educação com o mundo do trabalho e com os movimentos sociais (urbanos e rurais), explicitando a dimensão educativa dos movimentos sociais e destacando o trabalho como elemento constitutivo da sociabilidade.

 

Dependência administrativa

 Federal

 

Resumo tese/dissertação:

Esta pesquisa , ligada à Linha de Pesquisa Educação, Trabalho e Movimentos Sociais, investigou o programa de Educação de Jovens e Adultos, nível médio do Colégio Estadual Emília Ferreira de Carvalho, em Jataí-Go. As opiniões tanto dos estudantes quanto dos professores e funcionários, demonstram que na prática, os resultados desse tipo de “escolarização” destinada aos que não tiveram acesso à escola ou não concluíram os estudos na idade adequada, é ineficaz. Essa ineficácia ocorre pela improvisação gerada pela falta de estrutura e de recursos financeiros. Desvendamos que a lógica desse tipo de política gera ações pontuais e se destinam a objetivos e clientela específicos. A rede de ensino regular não tem conseguido garantir acesso e permanência da classe trabalhadora e utiliza as políticas compensatórias para que ela ingresse no mercado de trabalho, mas não a prepara para tal. Políticas e programas dessa natureza não tocam na estrutura do sistema e, portanto, não garantem a inserção do egresso da EJA no mercado de trabalho. Nos últimos 50 anos, a industria e o comércio utilizou recursos tecnológicos que elimina continuamente postos de trabalho. Na EJA, o estudante não tem acesso a essas inovações, e seus egressos ampliam o contingente de reserva que garante os baixos salários e a instabilidade de quem estiver empregado, a “política de compensação” não tem evitado que sejam alijadas do direito de ter educação de qualidade, de conseguirem trabalho digno e de serem autônomos. Na verdade, a EJA, por suas características de aligeiramento dos estudos e superficialidade, acaba por se constituir em um sistema paralelo dentro do oficial e se enquadra na lógica que se propagou na última década no Brasil, consolidação de uma economia dependente. Um sistema de ensino paralelo para os trabalhadores confirma, apesar das reformas na educação, a continuidade da concepção burguesa de escola e, continua a não possibilitar acesso e sucesso dos pobres ao saber socialmente produzido. A Classe Trabalhadora tem cada vez mais encontrado restrições para conseguir vagas de emprego/ocupação. Não corrigir as distorções do sistema econômico e escolar, favorece a exclusão, de diversas formas de; crianças, jovens e adultos gerando uma contínua clientela a ser “assistida, compensada e inserida”. Sendo assim, os estudantes que cursam a EJA permanecem em desvantagem inclusive em relação a quem cursou escola diurna e em tempo regular. Sua inserção social e no trabalho continua limitada, tornando-os ‘cidadãos de segunda classe’, ou seja, a verdadeira cidadania continua sendo-lhes negada forçando-os a carregar o estigma de menos capaz.