Marcelo Medeiros da Silva. Falando
de leitura, poesia e amor com alunos egressos da Educação de jovens e adultos:
um estudo de caso. 01/11/2006
1v. 110p. Mestrado. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE - LINGUAGEM E ENSINO
Orientador(es): MARIA MARTA DOS SANTOS SILVA NÓBREGA
Biblioteca Depositaria: Biblioteca Central da UFCG
Palavras - chave:
Leitura de Poesia, Ensino, Educação de Jovens e Adultos
Banca examinadora:
Antônio de Pádua Dias da Silva
Linha(s) de pesquisa:
LÍNGUA E INTERAÇÃO
Dependência administrativa
Federal
Resumo tese/dissertação:
Há bastante tempo, inúmeras pesquisas vêm mostrando que o ensino de Literatura é marcado por protocolos e convenções que circulam na escola, onde o texto literário é pretexto para o reconhecimento de fatos históricos e/ou figuras ou funções de linguagem (LAJOLO, 1958). Esse quadro pouco alentador torna-se mais preocupante quando o texto escolhido para a realização dessas atividades é a poesia que não ocupa lugar de destaque no fazer pedagógico de muitos professores. Diante disso, esta pesquisa objetivou mostrar que é possível despertar o gosto pela leitura de poesia desde que as atividades desenvolvidas sejam pensadas, sistematizadas e, quando necessário, reformuladas. Entretanto, procurar apresentar abordagens diferentes para o trabalho com o texto literário em sala de aula é uma tarefa árdua, devido não só à falta de estímulos tanto do professor quando dos alunos, mas também devido à necessidade de reformulação de velhas práticas e concepções errôneas sobre o papel que a literatura deve ocupar no cenário educacional. Consciente disso, procurei desenvolver com alunos egressos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) atividades de leitura de poesia. A partir da observação das reações desses alunos diante dos poemas lidos e da reflexão sobre as respostas deles a um questionário, uma das conclusões a que cheguei é que o gosto pelo literário pode ser, sim, despertado a partir de atividades desenvolvidas em sala de aula. Por outro lado, o que não é possível de ser garantido é a sua permanência fora dos muros da escola. Diante disso, reitero que, assim como brincar, assistir à televisão, ler revistas de fofocas são, para os alunos-colaboradores desta pesquisa, necessidades imperiosas, a literatura pode se tornar uma dessas necessidades desde que o trabalho com o texto literário se torna uma prática efetiva inserida no cotidiano da sala de aula, uma vez que os dados coletados levam a crer que parece que é só no espaço escolar que muitos dos alunos têm acesso a esse bem simbólico que é a literatura, e não podemos, como ensina Candido (1995),negar-lhe este direito.