Sertanejos comemoram certificação no Programa Brasil
Alfabetizado
27/03/2015
Agricultores e
donas de casa sertanejos realizaram um sonho pessoal
nesta quinta-feira (25) ao concluírem seus estudos de alfabetização no Programa
Brasil Alfabetizado (PBA). Ao todo, 400 alfabetizandos
de São José da Tapera, Palestina, Pão de Açúcar, Belo Monte e Jacaré dos Homens
foram certificados em solenidade no auditório João Lisboa, em Pão de Açúcar,
que também contou com a presença de técnicos da Secretaria de Estado da
Educação (SEE) e da secretária de Educação do município, Ida Vanderley.
O Programa
Brasil Alfabetizado é um programa federal voltado para a alfabetização de
jovens, adultos e idosos. Em Alagoas, a estimativa da Secretaria de Estado da
Educação é que, até julho, dez mil pessoas sejam alfabetizadas por meio da
oitava etapa do programa na rede estadual.
A 8ªCoordenadoria Regional de Educação (CRE) - que abrange
Pão de Açúcar e demais municípios da Bacia Leiteira - foi a primeira regional a
iniciar as turmas do programa em 2014 e, tradicionalmente, sempre atrai um alto
número de inscritos.
"Nossos alfabetizandos são, em sua maioria, oriundos da zona rural.
Tivemos até um senhor de 70 anos cursando o PBA em nossa região e a nossa meta para
a próxima etapa do programa é, além dos municípios já participantes, ofertarmos
também turmas em Batalha, Jaramataia e Monteirópolis", conta a coordenadora do PBA na 8ª CRE,
Acácia de Freitas.
Aproveitamento -
A gestora do PBA na SEE, Adeilma Fonseca, estima que
a regional teve um aproveitamento de 95% de
aprendizagem dentre os seus alfabetizandos que
participaram do programa. "Este é um número excelente, visto que estamos
lidando com um público que, por questões climáticas e financeiras, é muitas vezes
levado a deixar seu município e seus estudos em busca de trabalho em outra
localidade", afirma.
É o caso do
agricultor Márcio Franklin Gomes, 38 anos, do Povoado Machado, em Pão de
Açúcar. Ele parou os estudos ainda na 1ª série do Ensino Fundamental e só os
retomou no ano passado. " Quis voltar a estudar
porque tinha vontade de aprender, é muito ruim você não entender as coisas ao
seu redor. Hoje, já sei escrever meu nome corretamente", comemora.
Sua colega de
turma, Cícera Barbosa, viveu situação semelhante. Com
os estudos interrompidos ainda na 4ª série, a agricultura do Povoado Machado
também constatou mudanças em sua vida após o programa. "Antes quando fazia
compras no mercado, tinha que pedir a ajuda dos outros para ver os preços. Hoje
sei ler e faço isso sozinha", relata.
A coordenadora
da 8ª CRE, Andréa Vanderley, comemora os resultados
da coordenadoria no PBA e destaca o alcance social do programa. "Ser
letrado não é só saber ler e escrever, mas interpretar o mundo ao seu redor.
Nossos alfabetizados estão de parabéns pelo resultado alcançado e nossa
estimativa é que essa busca pelo conhecimento tenha continuidade na Educação de
Jovens e Adultos", diz.
Proeja FIC - Até
o final de julho, dez mil pessoas devem concluir o PBA na rede estadual. Em
abril, haverá formatura de turmas no sistema prisional e Marechal Deodoro,
enquanto nos meses de maio e junho, será a vez dos
municípios do Vale do Mundaú, ligados à 7ªCRE. As
demais coordenadorias concluem o programa em julho.
Para receber os
egressos deste programa, a SEE está trabalhando no Proeja FIC, projeto que une
uma proposta de Educação de Jovens e Adultos aliada a cursos
profissionalizantes na modalidade de Formação Inicial Continuada (FIC), ou
seja, cursos de curta duração.
"Estamos
fazendo o mapeamento de onde teremos concluintes do PBA para repassarmos às
superintendências de Rede, Sistema e Política da SEE. A ideia é que essas
pessoas deem continuidade aos estudos no Proeja FIC e tenha acesso a cursos
profissionalizantes voltados ao público do Ensino Fundamental", explica
Edvaldo Leite, diretor de Articulação Institucional da SEE.