Segundo pesquisa do Ipea,
para 51% da população, educação no Brasil não melhorou
28/02/2011
Um estudo do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
mostra que para quase metade (48,7%) dos brasileiros a educação no país
melhorou. Entretanto, dos 2.773 entrevistados, 27,3% avaliam que não houve
mudanças na qualidade do ensino e quase um quarto (24,2%) acredita que o
sistema piorou. O Sistema de Indicadores de Percepção Social (Sips) foi desenvolvido pelo Ipea para captar a opinião da população sobre
políticas e serviços públicos em diversas áreas. O estudo mostra que essa
percepção varia muito em cada região do país. O Sudeste registrou o maior
percentual de avaliações negativas: 36,1% acreditam que a educação piorou,
enquanto no Nordeste esse grupo representa apenas 14% da população. No
Centro-Oeste, 62,9% acham que a oferta melhorou – maior índice de respostas
positivas.
De acordo com
o Ipea, o maior índice de
percepção de melhoria nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e no Norte, e o menor
índice no Sul e no Sudeste “podem ser uma evidência de que foram ampliados os
investimentos nas três primeiras regiões, já que é justamente lá onde se
encontram os piores indicadores educacionais do país”. A percepção sobre a
qualidade da educação também varia de acordo com a renda e a escolaridade dos
entrevistados. Para 35,4% dos que têm nível superior completo ou pós-graduação,
a educação piorou. No grupo daqueles que estudaram só até os últimos anos do ensino fundamental
(5ª a 8ª série ou 6º a 9º ano), apenas 21,4% têm a mesma opinião.
Entre os que
ganham de dez a 20 salários mínimos, verificou-se o maior percentual de
respostas negativas: 34,2% acreditam que o ensino está pior. Na população com
renda mensal de até dois salários mínimos, 19,3% têm essa percepção. Segundo o
estudo, “o nível de conhecimento das mulheres sobre os temas avaliados foi
aproximadamente 10 pontos percentuais maior que o
verificado entre os homens”. Essa diferença, aponta o Ipea, pode ser explicada “pelo fato de as mães
estarem mais atentas à vida escolar dos filhos” do que outros membros da
família.
Correio Braziliense
Agência Brasil