MARIA RENEUDE DE SÁ. CONHECIMENTO LETRADO E ECOLARIZAÇÃO: A VISÃO DE
CAMPONESES ASSENTADOS DA REFORMA AGRÁRIA EM ALAGOAS. 01/05/2002
3v. 145p. Mestrado. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO - EDUCAÇÃO (CURRÍCULO)
Orientador(es): NORA RUT KRAWCZYK
Biblioteca Depositaria: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
Email do autor:
marensa@ig.com.br
Palavras - chave:
EDUCAÇÃO RURAL, EDUCAÇÃO ADULTOS, PRONERA
Área(s) do conhecimento: CURRÍCULO
Banca examinadora:
MARIA CLARA DI PIETRO
NORA RUT KRAWCZYK
Agência(s) financiadora(s) do discente ou autor tese/dissertação: CAPES-PROSUP
Dependência administrativa
Particular
Resumo tese/dissertação:
Análise da visão sobre conhecimentos letrados e escolarização de camponeses jovens e adultos, assentados da reforma agrária no Estado de Alagoas, na Região Nordeste do Brasil, participantes, no período de 1998-99, de um curso de alfabetização do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), com perspectiva de compreender as razões da busca de acesso, da permanência ou da desistência em processos de escolarização. Adotou-se a pesquisa qualitativa, com a realização de entrevistas semi-estruturadas, para captar o pensamento dos sujeitos sobre: necessidades e demandas de conhecimentos letrados em contextos diversos da vida cotidiana; o sentido de aprender em processos formais e informais de ensino; expectativas em relação à escolarização e condições possibilitadoras e limitadoras da aprendizagem e da freqüência escolar. Os resultados, analisados com apoio de um corpo teórico que aborda a educação numa perspectiva sociológica crítica, mostraram que em áreas onde conhecimentos científicos e processos tecnológicos foram incorporados à produção econômica, os conhecimentos letrados são percebidos pelas camadas populares rurais, como necessários ao melhor desempenho de atividades práticas em suas vidas cotidianas. Mesmo não remetendo à escolarização, à aquisição desses conhecimentos, os camponeses vêem a aquisição da leitura e da escrita como meios que lhes possibilitarão acesso àqueles conhecimentos, revelando, assim, as razões que os levam a buscar insistentemente o acesso à escolarização, apesar das experiências mal sucedidas. Supõe-se que se os processos de escolarização possibilitarem o atendimento às expectativas e necessidades dos camponeses, ao buscarem acesso à escolarização, nela permanecerão, concretizando as aprendizagens escolares desejadas e esperadas, apesar das condições pessoais adversas, tais como: pouca disponibilidade de tempo, cansaço, distância da escola e, até mesmo, problemas de saúde. O que leva à suposição que as causas da perda da motivação, do desinteresse e abandono dos processos de escolarização pelos camponeses é a percepção de que não estão se concretizando as aprendizagens desejadas e esperadas. Finalmente, infere-se que o fracasso escolar dos jovens e adultos, das camadas populares, decorre, em última instância, do tipo de políticas públicas de educação promovidas historicamente pelo Estado Brasileiro, caracterizando-se por ações emergenciais, de curta duração, sem continuidade, desenvolvidas em condições precárias, especialmente pela improvisação de professores e da infra-estrutura.