VERA MARIA LION PEREIRA RODRIGUES. GRUPOS JUVENIS NA PERIFERIA:
RECOMPONDO RELAÇÕES DE GÊNERO E DE RAÇA/ETNIA SÃO PAULO 2004/2005. 01/12/2005
1v. 236p. Doutorado. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO - SERVIÇO SOCIAL
Orientador(es): MARIA LÚCIA CARVALHO DA SILVA
Biblioteca Depositaria: PUC/SP
Palavras - chave:
Juventudes, Grupos juvenis, Periferia, Gênero
Área(s) do conhecimento: SERVIÇO SOCIAL
Banca examinadora:
MARÍLIA PONTES SPÓSITO
Linha(s) de pesquisa:
POLÍTICA SOCIAL: ESTADO, MOVIMENTO SOCIAIS E ASSOCIATIVISMO CIVIL Esta linha volta-se ao aprofundamento da análise das políticas sociais no Brasil, destacando suas particularidades e suas determinações sócio-históricas no Estado Brasileiro; à análise dos movimentos sociais na contemporaneidade em diferentes dimensões
Agência(s) financiadora(s) do discente ou autor tese/dissertação: CAPES-PROSUP
Dependência administrativa
Particular
Resumo tese/dissertação:
A presente tese de doutorado tem por objeto conhecer os processos de socialização experimentados por três grupos juvenis, pertencentes a segmentos populares e formado por moradores da periferia de São Paulo: Coquetel Molotov, localizado em Itaquera, Zona Leste; Núcleo Cultural Força Ativa, em Cidade Tiradentes, Zona Leste; e Núcleo Cultural Poder e Revolução, no Jardim São Savério, Zona Sudeste. O objetivo da investigação é o de analisar os principais desafios, conflitos, lutas, iniciativas e avanços enfrentados por esses jovens; seus aprendizados e vivências na família, na escola, no trabalho, nos locais de moradia e na participação em grupos juvenis; suas relações interpessoais e grupais em espaços privados e públicos e as decorrências em suas trajetórias de vida pessoal e coletiva. Metodologicamente, a pesquisa se desenvolve com a utilização de questionários, que configuram o perfil de jovens participantes e descrevem o trajeto de cada um dos três grupos, e de grupos focais e entrevistas semi-estruturadas, que procuram apreender percepções, conceitos e experiências de relações de classe, gênero e raça-etnia, no decorrer de suas infâncias, adolescências e juventudes. Investigam-se os significados de ser jovem na periferia, a conformação de relações entre os jovens e entre jovens e adultos, a divisão de tarefas e espaços de convivências, as construções e vivências de subjetividades e de relações de gênero e étnico-raciais. Os referenciais conceituais que fundamentam as análises são principalmente de autores contemporâneos pertencentes a diferentes áreas das ciências sociais, tais como Educação, Psicologia, Serviço Social, Sociologia, pois o tema das juventudes, que vem despontado com mais força na atualidade, demanda olhares multidisciplinares para melhor compreensão. Os resultados confirmam a hipótese de que o pertencimento a grupos juvenis, com protagonismos e participações culturais, sociais e políticas, propicia a ressignificação e a existência de novas relações de gênero e de raça-etnia, sinaladas por respeito, eqüidade, diálogo e alteridade, na contramão do que foi aprendido na infância e ainda é vivido na família, na escola e em algumas instâncias da sociedade. Apontam igualmente que as relações ressignificadas representam possibilidades de que esses jovens se transformem em agentes socializadores e multiplicadores, contribuindo para sua integração cidadã, assim como a de outros jovens.