Portal MEC, 09/11/2005 - Brasília DF

Relatório sobre analfabetismo não leva em conta as conquistas do Brasil Alfabetizado

 

O analfabetismo no Brasil requer todo tipo de atenção e cuidado, mas a situação não é tão grave quanto faz crer um relatório divulgado nesta quarta-feira, 9, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Isso porque os dados apresentados não levam em conta os resultados obtidos pelo Programa Brasil Alfabetizado, implantado em 2003 pelo governo federal. Nos últimos três anos, o Brasil Alfabetizado atendeu 5,5 milhões de pessoas, como explicou o secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação, Ricardo Henriques. “O relatório não captou os dados referentes ao Brasil Alfabetizado, porque fechou com base de dados de 2004”.

 

Tomando como base a evolução do programa, o secretário acredita ser possível chegar a uma taxa de analfabetismo próxima de 5% em 2015 – atualmente, é maior que 10%. Além disso, é de bom tom fazer outra ponderação. O Brasil Alfabetizado é um programa que mudou a forma de lidar com o analfabetismo. Ao invés de fazer grandes campanhas para atender um número enorme de pessoas através de organizações da sociedade civil, está implantando uma filosofia continuada de educação, buscando viabilizar a continuidade dos alunos na sala de aula, por meio da rede pública de educação de jovens e adultos (EJA).

 

O relatório da Unesco contém um dado positivo no que se refere ao Brasil, já que considera o esforço do país no combate ao analfabetismo um dos melhores da década. Por isso, Ricardo Henriques considera que a questão não foi avaliada de forma completa por parte da imprensa. “Há um erro de interpretação. O que o relatório diz é que o esforço do Brasil hoje é um dos melhores do mundo”.

 

Segundo a quarta edição do Relatório Global de Monitoramento da Educação para Todos, da Unesco, o Brasil está incluído no grupo de 12 países onde vivem 75% de todos os analfabetos do mundo. Integram a lista Índia, China, Bangladesh, Paquistão, Nigéria, Etiópia, Indonésia, Egito, Irã, Marrocos e República Democrática do Congo. A pesquisa mostra que 20% dos adultos do planeta são analfabetos. Entre as pessoas com idades entre 15 e 24 anos, 132 milhões são analfabetas funcionais.