REIS, Renato Hilario dos. A
constituição do sujeito político, epistemológico e amoroso na alfabetização de
jovens e adultos. 2000.
Descrição: 267 p.Dissertação
(Doutorado em Educação).Universidade Estadual de Campinas (Educação).
Campinas/SP
Orientador: Angel Pino Sirgado
Link:
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000197665
Assunto: Educação – Brasil; Alfabetização de
adultos; Dialética; Relações sociais; Pensamento; Poder (Ciências sociais); Semiótica
Resumo:
Este estudo levanta indícios do desenvolvimento e
constituição de um sujeito político (ser de poder), sujeito epistemológico (ser
de saber) e ser amoroso (ser que é acolhido e que acolhe) dentro de um processo
de alfabetização de jovens e adultos, de iniciativa de moradores e sua
organização popular em conjunto com a universidade de Brasília, na hoje cidade
satélite do Paranoá. Numa relação dialógica entre o pesquisador (participante
do próprio processo) e moradores alfabetizadores e alfabetizandos,
faz-se uma retrospectiva da origem e desenvolvimento histórico do Paranoá,
tendo como gênese a ocupação da terra por esses moradores: migrantes que
forçados por condições econômicas, deixam sua terra ou residência de origem e
acorrem a Brasília (capital da esperança) no desejo de maiores e melhores
condições de vida. Nesse ocupar a terra desenvolvem uma intensa luta para
atender suas necessidades de existência e sobrevivência, enfrentando a oposição
permanente do Estado, que usa seu aparato repressivo-coercitivo e persuasivo,
para convencê-los a abandonar o local e aceitarem sua remoção. Nesse conjunto
de relações sociais, marcadas pela contradição entre o negar a vida (Estado) e
o afirmar a vida (Moradores) resulta uma grande organização e mobilização dos
moradores para prover os bens de serviço básicos: água, luz, emprego,
alimentação, escola, habitação, etc. Através de grupo de jovens da igreja
católica que no desdobramento de sua ação-reflexão-ação
religiosa partem para um engajamento comunitário, sob a denominação de Grupo
Pró-Moradia do Paranoá. Os jovens se fortalecem e assumem a Associação de
Moradores. Unidos, pressionam o Estado, conseguem várias melhorias e por fim
conquistam o decreto governamental de fixação definitiva do Paranoá, algo, até
então, historicamente, inédito