Rede de universidades discute educação de jovens e adultos

08/04/2008 12:45:52

 

Representantes de instituições públicas de educação superior de todo o país estão reunidos no Ministério da Educação nesta terça-feira, 8. Eles discutem a criação de uma rede permanente de debate sobre a educação de jovens e adultos e da educação para a diversidade.

Para o secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC, André Lázaro, o encontro tem como primeiro objetivo, a longo prazo, a criação de uma rede que aprofunde a discussão sobre a educação para a diversidade. De acordo com o secretário, o conceito de diversidade leva em conta o direito de aprender de todos e de cada um e passa pela educação no campo, indígena e de quilombolas, além de levar em conta temáticas de gênero e étnico-raciais, entre outras. “A idéia é recuperar o valor positivo das diferenças”, diz.

O segundo objetivo, “muito urgente”, segundo André Lázaro, diz respeito à qualificação da oferta de cursos de educação de jovens e adultos. A rede de instituições de educação superior se comprometeria com a formação inicial e continuada, nas modalidades prensencial e semipresencial, de alfabetizadores e professores da educação de jovens e adultos, especialmente em parceria com o Programa Brasil Alfabetizado.

O secretário explicou que o MEC trata a alfabetização de jovens e adultos como uma política pública. “Pessoas com mais de 15 anos têm direito à educação”, enfatizou. A expectativa é que a futura rede possa ajudar a desenvolver as políticas públicas de maneira a estimular o reingresso dos alfabetizandos, já que 60% deles freqüentaram as salas de aulas e desistiram.

Sobre o Brasil Alfabetizado, o secretário informou que o programa atende prioritariamente pessoas entre 15 e 29 anos e busca garantir a continuidade dos estudos dos alfabetizandos. Quanto à execução do programa, o secretário esclareceu que é descentralizada. Assim, o MEC distribui os recursos e acompanha a implementação, mas o trabalho cabe a estados e municípios.

Na visão de André Lázaro, a criação da rede será fundamental para encontrar maneiras de aplicar melhor os recursos do programa e garantir educação de qualidade àqueles que não tiveram o direito de aprender garantido na idade regular. “Podemos usar a inteligência das universidades para criar oferta de cursos de qualidade às redes de ensino”, ressaltou.

No encontro, devem ser discutidos a criação e a distribuição de material didático específico para a educação de jovens e adultos e padrões curriculares para a oferta de cursos de alfabetização a esses alunos.

 

Maria Clara Machado

 

Fonte:

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=10262