Elizabeth Gottschalg Raimann.
POLÍTICAS E PRÁTICAS NA EDUCAÇÃO DE
JOVENS E ADULTOS SOB UM OLHAR FOUCALTIANO. 01/04/2004
1v. 202p. Mestrado. UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - EDUCAÇÃO
Orientador(es): Maria Vieira Silva
Biblioteca Depositaria: UFU - Universidade Federal de Uberlândia
Palavras - chave:
Educação de jovens e adultos, poder-saber, tecnologias disci
Área(s) do conhecimento:
EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO DE ADULTOS
Banca examinadora:
Águeda B. Bittencourt Uhle
Linha(s) de pesquisa:
POLÍTICAS E GESTÃO
Dependência administrativa
Federal
Resumo tese/dissertação:
A Educação de Jovens e Adultos, durante a década de 1990, assumiu uma significativa centralidade na esfera educacional garantindo ações principalmente de organismos internacionais e da sociedade civil, preocupados com o analfabetismo local e mundial. O contexto político-econômico no qual essas discussões emergiram estava pautada nas propostas neoliberais caracterizadas, sobretudo por defender a mínima intervenção do Estado na sociedade contribuindo para a expansão do Terceiro Setor, de forma a compartilhar com o Estado as responsabilidades pela educação, dentre outros bens sociais, em forma de parcerias. O presente trabalho teve com objetivo analisar os diferentes discursos elaborados durante a década de 1990 que, mediante a relação poder-saber, produziram regimes de verdade para a educação, em particular para a educação de jovens e adultos. Busca-se ainda analisar por meio da análise documental como esses discursos se materializaram em forma de documentos e práticas, contribuindo para a produção da identidade dos alunos, tornando-os dóceis e produtivos. Na esfera micro, analisou-se a correspondência entre a produção de dispositivos pedagógicos no interior de uma unidade escolar da rede pública de ensino do Estado de Goiás que oferece a Educação de Jovens e Adultos e as proposições emanadas das esferas governamental, empresarial e dos organismos multilaterais. A abordagem teórico-metodológica tem como referências as contribuições de FOUCAULT ? A Ordem do Discurso e Vigiar e Punir ? especificamente no que se refere às relações de poder-saber, aos discursos, e às tecnologias disciplinares. Nesse sentido, a pesquisa destaca que tanto a EJA quanto seus alunos são artefatos resultantes das práticas e dos discursos produzidos pela sociedade neoliberal a qual, por sua vez, utiliza-se de táticas disciplinares sutis que investem na autodisciplina e na liberdade individual como forma de tornar os indivíduos mais governáveis e produtivos.