PÜSCHEL, Silvia Unbehaun. Alfabetização e leitura: memórias de professoras alfabetizadoras. 2005. 192 p. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual de Londrina

 

 Orientador: Elsa Maria Mendes Pessoa Pullin

 

 Local: Londrina/PR

 

 Link: http://servicos.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=200510640002012015P7

 

 Assunto:

 

1. Educação - Brasil

2. Alfabetização

3. Leitura

4. Memória

5. Formação continuada

 

 Resumo:

 

O presente trabalho teve como objetivo analisar os dizeres de 30 professoras de uma rede municipal de ensino, quanto a suas concepções sobre leitura e formação de leitores. A opção metodológica insere-o como exemplo de uma pesquisa qualitativa. As professoras-participantes encontravam-se envolvidas, quando da coleta das informações, em um processo de formação continuada, propiciado por consórcio entre o município e o MEC, no Programa de Formação de Professores Alfabetizadoras - PROFA. Dentre as fontes de informação utilizadas destacam-se os relatos escritos, sob a modalidade de memórias, um questionário com questões fechadas e abertas sobre as práticas atuais de leitura, conceitos relativos a leitura, leitor, e leitura na prática escolar do professor, além do diário de campo da pesquisadora. A partir da constatação dos distintos percursos históricos e educativos das participantes, enquanto alunas e professoras, as participantes foram agrupadas em dois grupos levando em conta o tempo de experiência profissional e as políticas públicas educacionais do PR (Currículo Básico do Paraná e os Parâmetros Curriculares Nacionais- PCNs). As informações coletadas foram analisadas sob os seguintes eixos temáticos: práticas leitoras; concepções sobre leitura; dificuldades com o ensino de leitura. Após triangulação das informações obtidas conclui-se que ao contrário do que se divulga na mídia e em alguns discursos acadêmicos sobre o fazer profissional, essas professoras lêem sendo que na, maioria das vezes, a finalidade que reportam para suas leituras é a de atenderem a suas necessidades profissionais e acadêmicas e a preocupação em estarem informadas e atualizadas. A análise permitiu que fossem identificados em seus ditos e não-ditos implicações das distinções entre leituras autorizadas e não autorizadas, condicionadas às tramas dos discursos oficiais (orais e escritos), seja quanto às concepções sobre leitura, formação de leitores e às razões que atribuem para as dificuldades que encontram enquanto ensinam leitura. O presente trabalho revelou, ainda, a importância da narrativa das histórias das participantes, sejam as de um passado mais remoto, ou mais recente, como possibilidade de descobrirem suas identidades pessoais e profissionais e inserções. Os resultados obtidos e a produção pertinente aos saberes dos professores, narrativas e memórias sugerem a narrativa autobiográfica, como estratégia para a formação continuada de professores em serviço.