Proposta pedagógica do Cefet de Bento Gonçalves traz bons resultados

08/09/2008 16:12:27

 

O comprometimento dos professores e a proposta pedagógica inovadora resultaram em redução dos índices de evasão escolar dos cursos técnicos em comércio oferecidos pelo Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Bento Gonçalves (RS), na sede e na unidade de Santo Augusto. Os cursos integram o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Jovens e Adultos (Proeja).

Criado em 2005, o Proeja atende trabalhadores maiores de 18 anos, com trajetórias escolares interrompidas ou descontinuadas, sem o ensino fundamental ou médio, até aqueles sem formação profissional formal.

A proposta pedagógica do programa é baseada na definição de temas geradores para transmissão de conteúdos de cada curso. No início de cada nova turma, a partir de conversas com os alunos, os professores fazem um levantamento das vivências e das preocupações cotidianas de cada estudante para que seja produzido um tema gerador e, posteriormente, uma rede temática. Somente a partir daí é que são trabalhados os conteúdos de cada curso.

“Não há conteúdos pré-estabelecidos, pois eles são construídos a partir do tema gerador”, esclarece o diretor de Ensino Médio e Técnico do Cefet Bento Gonçalves, Amilton Fiqueiredo. “Outro diferencial é que trabalhamos com professores comprometidos com o programa e organizamos reuniões semanais com os professores para discutir sobre o tempo necessário para que cada aluno organize seu aprendizado”, completa.

Cientes de que a certificação pura e simples não é garantia de emprego, os professores auxiliam os alunos a fazer seus próprios planos de negócios. Para isso, os estudantes têm disciplinas específicas, como economia solidária e empreendedorismo, de forma a desenvolver capacidades de iniciativa, autonomia e espírito empreendedor.

O Cefet Bento Gonçalves mantém três turmas do curso técnico de Comércio e, brevemente, formará a primeira delas. A unidade de Santo Augusto oferece uma turma, iniciada no início de 2008.

Os índices de evasão foram reduzidos depois que os alunos passaram a se integrar com os estudantes dos cursos regulares, por meio, principalmente, de mostras técnicas. No Cefet Bento Gonçalves, o índice de evasão caiu de 57%, em 2006, para 17%, em 2008.

Outro fator de retenção, segundo Amilton, é a bolsa-auxílio, no valor de R$ 100, concedida a cada aluno pelo programa. “A bolsa é um avanço. Sem ela, os alunos mais carentes simplesmente não poderiam freqüentar os cursos” comenta.

 

Ana Júlia Silva de Souza

 

Fonte:

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=11211