PROJOVEM:
SERGIPE RECEBEU MAIS DE R$10 MIL
10/11/2011
O
Correio Braziliense publica nesta quinta-feira,
matéria onde o estado de Sergipe é a unidade da Federação que mais recebeu
dinheiro para o Projovem em 2010: mais de R$ 10
milhões. A Capacitar, foi contratada para atuar em Sergipe e em Minas Gerais.
O
Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem)
passou a ser utilizado para turbinar filiados ao PDT em nível nacional e para
atender os interesses eleitorais dos principais aliados do ministro do
Trabalho, Carlos Lupi, dois deles ex-assessores
diretos na pasta — hoje deputados federais. Na gestão de Lupi
foram distribuídas vagas e recursos do Projovem aos
estados conforme a influência dos aliados e o potencial de votos e crescimento
do PDT, como contam ao Correio dirigentes de entidades
contratadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para a qualificação
profissional.
Outro
deputado beneficiado pela distribuição de vagas para o Projovem,
Ademir Camilo (eleito pelo PDT, hoje no PSD-MG), pleiteou recursos para
entidades de Sergipe. Ademir Camilo teria sido o responsável por apresentar ao
ministério os dirigentes das entidades fantasmas que, depois de financiadas
pelo MTE, passaram a ser investigadas pela Polícia Federal. As organizações de
Aracaju receberam repasses diretos do MTE para qualificação profissional — R$
11,5 milhões — e foram contratadas pelo governo de Sergipe para executar o Projovem no estado.
A
principal dessas entidades, a Capacitar, foi contratada para atuar em Sergipe e
em Minas Gerais. Ademir Camilo admitiu ao Correio ter encontrado o dirigente da
Capacitar num evento em Belo Horizonte, num aeroporto e dentro do MTE. Mas nega
ter intermediado pela entidade fantasma. Sergipe é a unidade da Federação que
mais recebeu dinheiro para o Projovem em 2010: mais
de R$ 10 milhões. No ano anterior, Minas Gerais liderou em volume de repasses
para o programa, com R$ 15 milhões. Não tive nenhum benefício eleitoral por
conta do Projovem. Outros deputados tiveram bem mais
votos, diz o deputado.
Cabe
aos estados contratarem as entidades que executam o Projovem.
Segundo os dirigentes ouvidos pelo Correio, boa parte delas é comandada por
pedetistas. Muitas dessas instituições contratadas a partir de 2009 nem existem
mais, diz um deles. Parte do dinheiro do programa é desviada para o caixa do
PDT, segundo ele. Quem não executa o programa tem como dar a fatia do partido. Quem
executa contrata os fornecedores indicados, que fazem as
doações à legenda. São as empresas que fornecem material gráfico, lanche
e outros materiais.
A
deputada Flávia Morais (PDT-GO) transferiu-se do PSDB para o partido de Lupi para concorrer a uma vaga na Câmara. Quando era
secretária de Trabalho no governo de Goiás, até o ano passado, obteve uma fatia
expressiva de recursos para o Projovem. Uma ação
civil pública do Ministério Público Federal (MPF) acusa a deputada de compra de
votos. Ela teria pedido vagas para adolescentes num programa estadual de
qualificação, como o Projovem. A entidade que executa
o programa é a Fundação Pró-Cerrado, a principal beneficiária por repasses do
MTE para qualificação profissional. Se fiz algum
pedido, houve recorte social, e não eleitoral, diz a deputada.
Favorecimento
Outros
dois deputados são apontados como beneficiários das vagas do Projovem: Brizola Neto (PDT-RJ), que diz não ter obtido
vantagem eleitoral com o programa, e Ângelo Agnolin
(PDT-TO), que não deu retorno à reportagem. Os
ex-assessores de Lupi no MTE também negam qualquer
tipo de favorecimento. Não há qualquer indício de irregularidade nos valores
repassados aos municípios do Maranhão, diz o deputado Weverton
Rocha. Neste ano, brigamos por 13 mil vagas para o Ceará, e há uma sinalização
do ministério nesse sentido. Mas não me sinto cometendo nenhuma irregularidade,
afirma André Figueiredo, presidente nacional do PDT em exercício. Lupi é presidente licenciado.
Em
resposta ao Correio, o Ministério do Trabalho diz que cabe aos estados e
prefeituras a execução das ações do Projovem. Sobre o
direcionamento dos repasses apontado por dirigentes de entidades, a assessoria
afirma que a reportagem deve procurar cada cidadão citado nas afirmações.
Vinicius Sassine
Fonte:
http://www.faxaju.com.br/viz_conteudo.asp?id=127545