Projovem forma mais quinze jovens do antigo
CER para o mercado de trabalho
15.12.2011
A
tarde desta terça-feira (12) foi especial para sete alunos do curso de
marcenaria do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem),
diante da formatura no curso de qualificação profissional. No total eram 15
alunos, mas oito foram liberados pela Justiça sexta-feira passada (9).
Os
rapazes cometeram infrações e cumprem medidas socioeducativas
no Centro de Atendimento Socioeducativo Regional
(Case), antigo Centro de Educação Regional (CERL), localizado no bairro Penha.
Em
Lages, o programa é executado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com
a parceria da Prefeitura/Secretaria do Trabalho e Geração de Renda, e a Agência
de Desenvolvimento Regional do Vale do Rio Tijucas e Itajaí-Mirim
(ADRVale).
As
aulas começaram em agosto deste ano, contemplando matemática, português,
formação humana, e as aulas práticas aconteciam na oficina de marcenaria, que
esteve desativada por quatro anos, situada no próprio Case. Os alunos
produziram porta-joias, bandejas, cestas,
porta-retratos, baús, casas para pássaros, etc.
Um
dos jovens, de 18 anos, está há seis meses no Case, desde que chegou de sua
terra natal, Caçador, no oeste do Estado, e foi um dos alunos que receberam o
certificado de 350 horas. Ele acredita que talvez saia do Centro em fevereiro.
Além do curso de marceneiro, ele faz supletivo do 5º ao 8º ano, no próprio
Case, com aulas ministradas pelo Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja).
Quando
estava em Caçador, o rapaz frequentou o curso de mecânica
em geral, mas acabou sendo preso e a qualificação ficou de lado. O jovem
marceneiro tem quatro irmãos, um deles, afirma, está preso em Caçador. O mundo
do crime acabou invadindo parte da adolescência do rapaz. Aos 16 anos foi preso
pela primeira vez. No total, teve a liberdade privada por cinco vezes.
Ele
pensa alto, e quer tentar um recomeço na casa da tia, que o receberá em Palmas
(PR), mesmo Estado onde mora seu pai (Cascavel). “A vida do crime não adianta
nada. Se eu pudesse voltar atrás, eu mudava as coisas. Com os erros eu perdi
minha namorada, perdi amigos, queria saber só de festa”, relembra o jovem,
demonstrando arrependimento.
Um
sonho? Ser jogador de futebol. “Quero jogar bola. Fui atacante no Caçador
Atlético Clube (CAC) por uns quatro meses. Mas eu gostei do curso de
marceneiro, é bom quando a gente sai dos nossos quartos e vai para a oficina.
Lá, a gente se distrai, conversa, aprende, pensa em outras coisas, Quero
trabalhar nessa área se eu tiver oportunidade.”
O
diretor do Case, Darci Rodrigues, classificou o curso como uma “bênção”, porque
qualifica os jovens, oferecendo um novo leque de oportunidades, e de reinserção
na sociedade, podendo até amenizar preconceitos.
“Eles
poderão se apresentar em qualquer marcenaria, em qualquer empresa. Há uns três
anos já tínhamos uma parceria com a Secretaria do Trabalho e Geração de Renda
em um outro curso de marcenaria. Estamos gratos por
estarem novamente no Case, fazendo a diferença para estes meninos”, comemora
Darci, lembrando que já existe uma marcenaria no bairro Guarujá, instalada por
iniciativa de um ex-aluno do Projovem.
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