Projeto Sal da Terra alfabetiza 270 adultos em sete cidades
da Paraíba
Ação é realizada em parceria com a
Educação de Jovens e Adultos da PB. 'Saber local' é valorizado ao ensinar a
grupos específicos nas periferias.
14/08/2014
A gênese da
alfabetização de 270 paraibanos adultos nas cidades de João Pessoa, Juarez
Távora, Santa Rita, Alhandra, Serra Redonda é o 'Médoto Paulo Freire', com base
no conhecimento acumulado dos alunos e na realidade vivenciada nessas
localidades. Ao todo são 18 turmas com uma maioria de alunos com idades dos 30
aos 60 anos, viabilizadas pelo Projeto Sal da Terra em parceria com o Plano
Estadual de Alfabetização Ler, Entender e Fazer/Brasil Alfabetizado/MEC/FNDE. O
projeto atende alunos dos 17 aos 80 anos.
O chamado 'saber local'
é a base de todo o conhecimento gerado em sala de aula, segundo explicou a
coordenadora do projeto Sal da Terra, Maria José Moura. Esse 'saber' inclui
conhecimentos dos mais variados: da atividade agrícola à identidade negra. “Os
alfabetizadores levam em consideração todo o conhecimento dos alunos e a
realidade vivida por eles”, frisou.
As aulas do projeto
Educação de Jovens e Adultos com esse público são baseadas no vocabulário local
e na vivência, ancorados no 'Método Paulo Freire'. A coordenadora do Programa de Alfabetização de
Jovens e Adultos da Secretaria de Estado da Educação, Maria Oliveira de Morais.
“Toda a vivência e conteúdo da realidade local é respeitado como parte do
processo de alfabetização”, pontuou.
Embora reconheça os
avanços, a gerente do Programa de Alfabetização e Jovens e Adultos reconhece
que o assombro do analfabetismo serve de estímulo para ampliar o raio de ação
do programa. Atualmente, o programa mantém parceria com o poder público e
entidades de 193 municípios, o que correspondente a 86,54% do total de cidades
paraibanas. Em cada cidade, o EJA responde por 25% das vagas ofertadas às
pessoas que não sabem ler.
Na busca por
aproximar-se do universo diverso das pessoas que preenchem os requisitos do
analfabetismo, o Plano Estadual de Alfabetização Ler, Entender e Fazer/ Brasil
Alfabetizado/ MEC/ FNDE tem convênio firmado com onze movimentos sociais para
atender a públicos que estão nas 'periferias' da capital e do interior da
Paraíba.
Por conta dessa
parceria, turmas estão sendo formadas a partir de grupos acompanhados por
entidades, a exemplo do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Movimento
dos Atingidos por Barragens (MAB), Releja, Sal da Terra, Ipema, Pescando
Letras, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento de Quilombolas de
Alagoa Grande, Movimento Indígena, Centro Social de Cultura de Santa Rita e
Instituto de Terras e Planejamento Agrícola do Estado da Paraíba (Interpa).
Pescadores inseridos no 'Pescando Letras'
Experientes em decifrar
os mistérios de rios e mares, mas sem intimidade com o mundo das letras, os
pescadores são um dos grupos que têm tido atenção especial do programa de
Alfabetização de Jovens e Adultos. Em 2013, foram ativadas 1.083 turmas com
pescadores com o objetivo de ensiná-los a ler e escrever a partir dos
conhecimentos que eles detivessem.
Na busca de aproximar-se
do universo dos pescadores, o projeto desenvolvido pelos alfabetizadores estão
inseridos no projeto 'Pescando Letras'. Em pleno período de matrículas dos
educadores com as respectivas turmas formadas do programa Educação de Jovens e
Adultos (EJA), a Paraíba já conta com mais de 2 mil alfabetizadores inscritos e
mais de 40 mil alunos cadastrados para as turmas que vão funcionar durante oito
meses para garantir os pilares basilares da alfabetização: ler e escrever.
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