Programa
Brasil Alfabetizado inicia aulas na região de Penedo
Estão
sendo atendidos os municípios de Porto Real do Colégio, Olho D’Água Grande, Piaçabuçu, Igreja Nova e a zona rural de Penedo, incluindo
comunidades indígenas e quilombolas
10/11/2014
Esta segunda-feira (10) foi um dia especial para
mais de 700 jovens, adultos e idosos de Penedo e região, com o início das aulas
do Programa Brasil Alfabetizado (PBA). A decisão foi anunciada na sexta-feira
(07) em reunião realizada na sede da 9ª Coordenadoria Regional de Educação
(CRE), em Penedo. O evento contou com a presença da coordenadora regional e
técnicos da CRE, de representantes da Diretoria de Articulação Institucional (Diari) da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte
(SEE) e mais 12 coordenadores de turmas daquela região.
Segundo a coordenadora Regional, Cleide Cerqueira,
com a mobilização realizada para dar início a oitava
etapa do PBA na região, além dos 12 coordenadores de turmas, foram cadastrados
72 alfabetizadores, todos voluntários, para atender os municípios de Porto Real
do Colégio, Olho D’Água Grande, Piaçabuçu, Igreja
Nova e zona rural de Penedo, incluindo comunidades indígenas e quilombolas.
“Este é um programa muito importante para nossa
região, que ainda tem um número considerável de pessoas sem alfabetização. É
uma oportunidade de levar o ensino até elas. E fizemos questão de conhecer cada
espaço, conhecer cada realidade e garantir as condições necessárias para a
aprendizagem. Estamos felizes pelo início das aulas, que serão ofertadas nos
turnos vespertino e noturno”, explica.
A gestora estadual do programa e técnica da Diari, Adeilma Fonseca, destacou
a importância do programa e a expectativa de alfabetizar cerca de dez mil
alunos em todo o Estado nesta oitava etapa, que será encerrada em junho de
2015. Ela fez um alerta aos coordenadores presentes sobre a responsabilidade e
o papel de cada um dos envolvidos.
“Este é um programa muito importante, que vem
ganhando reconhecimento e ampliando a procura a cada etapa, tanto dos profissionais,
quanto da comunidade. Temos metas a cumprir e desafios a enfrentar”, destacou,
agradecendo em seguida o empenho de cada um dos coordenadores presentes pela
formação das turmas locais.
Ainda de acordo com a gestora, o objetivo maior do
programa é ingressar esses alfabetizandos na
modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), informando que, na última
etapa do PBA, dos 7006 alfabetizados, seis mil foram matriculados em salas do
Programa de Educação de Jovens e Adultos (Peja). “O PBA é uma porta de acesso
para a escolaridade para muitas pessoas”, ressalta.
Durante a reunião, os participantes receberam os
termos para formalização do serviço voluntário a ser assinado por todos os
coordenadores de turmas e alfabetizadores, além de materiais com orientações
básicas sobre atribuições e responsabilidades, bem como sobre preenchimento,
conferência e entrega de documentação mensal como frequências, relatórios e
planejamento.
Benefícios para quem estuda e quem
ensina
Os 12 coordenadores presentes à reunião foram
unânimes em sinalizar o interesse em levar o PBA para seus municípios e
comunidades rurais e destacaram a importância dele para cada um. Quilombolas,
indígenas e trabalhadores agrícolas, principalmente os do setor canavieiro,
estão entre os maiores beneficiados do programa na região. Parabenizando a
iniciativa do programa, o índio e coordenador da Aldeia Cariri Xocó, de Porto Real do Colégio, José Rodrigues Tenório
enfatizou os benefícios para sua comunidade.
“É uma alegria poder levar esta oportunidade para
meu povo. Antes, essa formação chegava até nós por meio de representantes de
várias religiões, mas atendia a poucos e muitos índios eram obrigados a buscar
esse conhecimento fora da comunidade”, declara. Uma das coordenadoras de Igreja
Nova, Lúcia Helena Vasconcelos, diz que investirá na motivação dos seus 50 alfabetizandos matriculados – a maioria
trabalhadores de usinas da região – para evitar o abandono.
“Gosto muito de trabalhar com educação e observar os
resultados alcançados a cada etapa. É uma emoção indescritível vê-los assinar
seus nomes pela primeira vez. O período da colheita da cana está próximo e,
como muitos de meus alunos são trabalhadores deste setor, vamos
estimulá-los de forma a continuarem seus estudos”, pondera.
Segundo o coordenador e representante da quilombola do povoado Palmeira dos Negros, também do
município de Igreja Nova, Genilson Flor, a aceitação
da comunidade ao PBA tem sido crescente, à medida que percebem como este tem
mudado a vida de muitos deles. Ele explica que se trata de um incentivo para
quem estuda e para quem oferta o saber, citando seu exemplo pessoal.
“Trabalho neste programa desde 2005 e, na época,
havia apenas três turmas. Já fui formador em outras etapas e hoje assumi a
coordenação. É um privilégio dar continuidade ao programa e dar uma
oportunidade de crescimento a outras pessoas. Este é um programa que abre
oportunidades também para quem está na linha de frente”, ressalta.
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