Professora usa identidade com os alunos para estimular sonhos
03 de janeiro de 2011
Apaixonada pelo trabalho que desenvolve com jovens e adultos, a professora Mageana Souza Carvalho, de Rio Branco, Acre, tem como maior satisfação observar, a cada etapa cumprida, o brilho nos olhos daqueles que um dia chegaram a desistir de estudar. Integrante de uma família de professores — mãe, tias e avó —, ela atribui o sucesso de seu trabalho ao fato de se identificar com os alunos. “Sou sonhadora e gero sonhos, expectativas e vontade de estudar em meus alunos”, afirma. “Isso porque sei o valor da educação para o ser humano.”
Mageana leciona desde os 17 anos e lutou com dificuldades para se formar em geografia. A vivência a fez optar por ensinar pessoas que sofrem pela falta de qualificação profissional e têm dificuldades para voltar a estudar em razão de problemas sociais e financeiros.
No magistério há 16 anos, Mageana dedicou os últimos quatro ao trabalho com educação de jovens e adultos. “Minhas experiências, alunos e amigos, minha educação e meus sonhos realizados são minhas maiores competências e habilidades”, salienta a professora, que fez especialização em educação profissional integrada à educação de jovens e adultos.
Em 2010, ela trabalhou na Escola Estadual de Ensino Fundamental Zuleide Pereira de Souza, de Rio Branco, com alunos de 20 a 68 anos de idade, na educação de jovens e adultos do ensino fundamental e médio. O êxito obtido por alguns deles em vestibulares leva Mageana a destacar o valor de vê-los ganhar autoestima e se sentirem importantes.
Entre os projetos que já desenvolveu para conhecer a realidade do estudante e, a partir daí, ajudar na construção do conhecimento, a professora acriana destaca o Minha Cidade, Minha História, realizado com alunos do Colégio Serafim Salgado, também de Rio Branco. O projeto foi idealizado para estimular os estudantes a conhecer geografia por meio das mudanças ocorridas ao longo dos anos. Além da montagem de um mural fotográfico, foram realizados passeios a lugares históricos. Em entrevistas com pessoas da própria família, os alunos pediram a narração de fatos ocorridos em Rio Branco.
Outro projeto lembrado foi A Minha Identidade. Com ele, a professora estimulou os alunos a refletir sobre quem são dentro da família, do bairro, da sociedade. Foram discutidos valores morais, expectativas para o futuro e as ideias de cada um enquanto agentes em transformação em um mundo competitivo.
Fátima Schenini
Palavras-chave: jovens e adultos, Acre
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