Professor relata experiência com Proeja

 

Assim como os estudantes Luiz e Luzia, o professor Gutembergue da Silva Arruda também é um entusiasta da educação de jovens e adultos. Até ingressar no curso de especialização do Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos  (Proeja), no Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) do Amazonas, tinha uma visão limitada sobre o tema. Hoje, é um defensor do programa.

Quando o Cefet abriu os cursos do Proeja, em 2006, dava aulas nos cursos de mecânica e elétrica. Os exemplos que tinha em casa – dois sobrinhos tinham se transferido do interior para a capital e cursavam programas semelhantes – eram negativos. Gutembergue lembra que os parentes eram dispensados das aulas às quintas-feiras, pois a professora trabalhava num bar nesse dia. “O programa não era sério. Eles estavam no ensino fundamental e não aprenderam muito não”, diz.

Simultaneamente ao anúncio da criação do Proeja, ele viu a abertura de um curso de especialização. Se inscreveu sem saber direito do que se tratava. “Pensei que fosse uma aula a mais que teria que freqüentar e minha surpresa foi se transformando em estímulo a partir do primeiro dia. Escutei os relatos iniciais e falei sobre minhas impressões”, conta o professor. Com o passar do tempo, viu a seriedade do curso. Percebeu o interesse dos professores, pedagogos e psicólogos que lá estavam. Sentiu a seriedade dos colegas. Viu, então, que sua visão era muito particular e não condizia com a realidade.

Competências – Com a mudança de mentalidade, Gutembergue passou a se destacar em sala de aula. Quando o programa de especialização terminou, após um ano de duração, era um dos mais empolgados. Com o término do curso, sua sensibilidade dentro de sala de aula aumentou, se aproximou mais dos alunos e passou a olhá-los de forma diferente. Com a mudança de prática, os alunos começaram a procurá-lo mais freqüentemente.

Terminada a especialização, ele começou a dar aulas para jovens trabalhadores no curso de mecânica. Em sala, tenta mostrar que todos devem conhecer seu trabalho e também se colocar adequadamente dentro da organização. “Falo muito sobre os três elementos da competência: o conhecimento, a habilidade e a ética”, revela. Ele não se preocupa mais em cumprir todo o conteúdo programático das disciplinas, mas tenta contextualizar o conhecimento que repassa, de forma a mostrar ao aluno porque se faz assim ou não.

Gutembergue diz que os estudantes chegam muito negativos em sala de aula, pensando que não tiveram muita sorte na vida. A fortuna, ele pondera, é você estar preparado para o momento e as pessoas precisam ter oportunidade e se preparar para ela. “É preciso ver as dificuldades que cada um tem. Cada um possui uma cabeça, uma história de vida diferente e é bonito perceber a heterogeneidade da turma.” A experiência no Proeja fez Gutembergue crescer profissionalmente. Tanto que hoje ele se considera um professor de verdade.

 

Rodrigo Farhat

 

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Fonte:

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=10129&catid=204