Procuram-se técnicos

Cursos apresentam taxa de empregabilidade de até 100%. Inclusão no mercado de trabalho supera 70% em algumas instituições

FLÁVIA GIANINI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Folha de São Paulo, 13/01/2008 - São Paulo SP

 

            Emprego garantido. Se o mote soa falso ao ser usado à exaustão em anúncios de universidades à caça de clientes, em certos cursos de nível técnico está afinado com a realidade. Em alguns módulos, a taxa de alunos empregados após os estudos é de 100%, segundo instituições. Alguns deles são o de redes de computadores, do Senai São Paulo, e o de qualidade e produtividade, do Cotil Unicamp (Colégio Técnico de Limeira). Mais do que o aquecimento da demanda, é a falta de mão-de-obra que imprime o ritmo acelerado de contratações. "Trata-se de um mercado totalmente carente de profissionais", atesta o técnico Thiago Pereira, que concluiu o curso de manutenção de equipamentos odonto-médico-hospitalares do Senai há um ano. Por ser um setor de atuação específico, explica Pereira, sobram vagas.

             Escolha certa - O índice médio de permanência no mercado de trabalho depois de formado também é alto para os técnicos. No Senai São Paulo, beira os 80%. No Centro Paula Souza, é de 77% -dos quais 68% trabalham com carteira assinada e recebem, em média, R$ 1.075 mensais. Sete em 10 egressos declaram ter facilidade em encontrar e manter o emprego, segundo o Centro Paula Souza. O técnico em radiologia médica Frank de Almeida conseguiu emprego 14 dias após terminar curso no Senac-SP (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial). "Percebi que algumas áreas médicas tinham mais vagas e escolhi a radiologia, que agrega computação."

            A aposta foi certa. "O retorno do investimento foi mais rápido do que esperava", diz Almeida, que agora se matriculou no curso  superior de tecnologia em radiologia médica. "Quero começar a lecionar no curso técnico neste ano", planeja. No Cotil, o carro-chefe é a habilitação técnica em qualidade e produtividade, em que todos os formados estão empregados na área, segundo levantamento feito com quem saiu da instituição em 2006. A aluna Paula Magrini, 18, conseguiu um estágio com apenas quatro meses de estudos. "Interessei-me pelo anúncio de uma vaga. Mandei meu currículo, mas não esperava ser chamada tão rapidamente", conta. Agora no terceiro ano do curso, Magrini afirma já ter emprego após o período de estágio e espera receber mais do que os R$ 1.000 estabelecidos como piso da profissão. "Informei-me, e o salário é de cerca de R$ 2.000", afirma. Com Igor Giannasi , Colaboração para a Folha