Maria Clara Di
Pierro. As
políticas públicas de educação básica de jovens e adultos no Brasil do período
1985/1999. 01/03/2000
1v. 314p. Doutorado.
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO - EDUCAÇÃO: HISTÓRIA, POLÍTICA, SOCIEDADE
Orientador(es): Sérgio
Haddad
Biblioteca Depositaria: PUC / SP
Email do
autor:
mcpierro@uol.com.br
Palavras
- chave:
Política Educacional; Educação de Jovens e Adultos
Área(s)
do conhecimento:
EDUCAÇÃO
Banca
examinadora:
Sérgio Haddad
Linha(s)
de pesquisa:
ORGANIZAÇÕES E POLÍTICAS EDUCACIONAIS ABRANGE AS
ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL E DO ESTADO NAS E A PARTIR DAS QUAIS SÃO
PROMOVIDAS MUDANÇAS NOS PROCESSOS EDUCATIVOS, INSTAURAM-SE POLÍTICAS
EUDCACIONAIS E PLANEJAM-SE REFORMAS DE ENSINO.
Agência(s)
financiadora(s) do discente ou autor tese/dissertação: CNPq
Dependência
administrativ: Particular
Resumo
tese/dissertação:
A pesquisa recupera a história das políticas
públicas de educação básica de jovens a adultos do período de redemocratização
da sociedade e das instituições políticas brasileiras (1985-1999), abordando os
processos de elaboração e o conteúdo dos planos educacionais, leis, diretrizes
e programas de iniciativa federal. Analisa a evolução do financiamento público
e dos índices de cobertura escolar na educação básica de jovens e adultos,
traçando o perfil do atendimento educacional destinado a esse grupo etário. Caracteriza também o Plano Nacional de Formação do
Trabalhador (PLANFOR), o Programa Alfabetização Solidária (PAS) e o Programa
Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA), posteriores a 1995. Apesar
de o setor público ter consagrado menos de 1% dos gastos educacionais ao ensino
supletivo ao longo de todo o período, as matrículas duplicaram no nível fundamental
e quadruplicaram no ensino médio, resultado que deveu-se
principalmente ao esforço dos estados, ainda que se observe uma tendência à
municipalização. Ao final dos anos 90, o atendimento escolar encontrava-se
estagnado em um patamar de 2,2 milhões de matrículas, o que representava um
índice de cobertura inferior a 5% da demanda potencial. Além de deficitária, a
oferta escolar era inequitativa. A reforma educativa
implementada pelo MEC a partir de 1995 reforçou a posição marginal ocupada pela
educação básica de jovens e adultos nas políticas educacionais, o que
desencadeou a resistência ativa da sociedade civil organizada, o deslocamento
da fronteira entre o público e o privado, a multiplicação de provedores não
governamentais e a desarticulação das iniciativas do governo federal. Uma
parcela social por educação de jovens e adultos foi escolhida pelo PLANFOR, o
PAS e o PRONERA, que são exemplos da tendência à disseminação de parcerias
entre órgãos públicos, universidades e organizações da sociedade civil. Com
base nesses dados, estabeleceu-se uma periodização que distingue um primeiro
momento de legitimação pública e consolidação jurídica do direito da população
jovem e adulta ao ensino fundamental público e gratuito (1985-1989), ao qual seguiu-se um período em que esse direito vem sendo
destituído nos planos simbólico e das políticas públicas efetivas (1990-1999). As políticas públicas de educação básica de jovens e adultos do
período 1985-1999 constituíram, assim, parte do processo inconcluso de
construção da democracia e da cidadania no Brasil, cujo horizonte futuro está
pendente de que as organizações autônomas da sociedade civil sejam capazes de,
na interação com as instituições estatais, ampliar os espaços públicos de
reconhecimento dos direitos e de deliberação das políticas sociais.