Pela terceira
vez, Enem 2011 usará a TRI, e estudantes com o mesmo número de acertos nem
sempre terão a mesma nota
26/09/2011
Leonardo Cazes RIO - O Enem é uma prova nacional em
que a nota máxima nunca é dez. Ela é variável, de ano para ano, em uma escala
que vai de 0 a 1.000 pontos. Tudo porque, desde 2009, é utilizada a Teoria de
Resposta ao Item (TRI) no cálculo da pontuação final. Pela
TRI, as questões da prova são divididas em três categorias: fáceis,
médias e difíceis. Como é feito esse enquadramento? As perguntas são elaboradas
por professores contratados pelo Inep. Depois, todas
são pré-testadas, ou seja, aplicadas a alunos que não façam parte do
público-alvo da prova (concluintes do ensino médio). Neste ano, professores
universitários começaram a contribuir para o banco de questões mantido pelo Inep para a elaboração dos testes, mas essas
só serão usadas nos exames de 2012.
De acordo com o percentual de erros e acertos em cada item na fase de testes, o
peso das perguntas pode mudar. É por isso que dois candidatos podem ter o mesmo
número de acertos, mas não conseguir necessariamente uma pontuação final igual.
As questões possuem pesos diferentes: as mais fáceis valem menos, e as mais
difíceis valem mais. No entanto, essa determinação é feita através de um
complexo cálculo estatístico. Então, não adianta tentar descobrir qual é qual.
Para Carlos Brenner, professor de matemática e
coordenador de vestibular do Colégio Notre Dame, em Ipanema, a única preocupação dos estudantes deve
ser fazer o maior número possível de questões maximizando o tempo. - Na hora do
exame, é importante não ficar horas em uma questão em que encontre dificuldade.
A prova é longa, mas o tempo é curto para responder cada item. Porque apesar de
ser difícil para ele, a pergunta pode valer menos do que outras em que tenha
mais facilidade - afirma.
Com base na TRI, o Inep
calcula as notas dos estudantes em cada uma das quatro grande áreas:
linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas. A soma dessas
notas é dividida por quatro, e daí sai a média das
provas objetivas. Esse resultado é somado com o a nota da redação e dividido
por dois, dando origem à chamada nota global. Assim, a redação vale metade da
nota global. Esta é a utilizada pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Ministério da Educação. No entanto, as
instituições de ensino, participantes ou não do Sisu,
possuem liberdade para atribuir pesos diferentes para as áreas, de acordo com o
curso para o qual estão selecionando os candidatos. Por exemplo: no caso das
engenharias, pode ser atribuído um valor maior para a prova de matemática. A
principal finalidade da TRI, para o Inep, é que ela torna possível comparar o resultado de anos
diferentes e estabelecer uma série histórica. No futuro, a ideia
é que os estudantes façam provas diferentes entre si, em computadores, tal como
já acontece no SAT, o Enem americano.
O Globo