Paulo Messina: O ensino ampliado
11.02.2010
Rio - Cerca de 30% da população economicamente ativa do Município do Rio de Janeiro tem menos de oito anos de estudo. Para mudar essa realidade, são necessárias medidas que facilitem o acesso ao Ensino Fundamental. E não é preciso ir longe para encontrarmos exemplo de sucesso. O Centro de Referência de Ensino de Jovens e Adultos (Creja), no Centro do Rio, tem alcançado resultados valorosos e que precisa ser ampliado.
Ele atende a 500 estudantes do Ensino Fundamental com mais de 15 anos. O diferencial em relação ao Programa de Educação de Jovens e Adultos (Peja) está no horário: enquanto o Peja funciona nas escolas regulares da rede pública municipal de 18h às 22h, o Creja abre suas portas às 7h30 e fecha às 22h.
Na prática, o Creja funciona de forma similar ao sistema de créditos das universidades, no qual o próprio aluno monta sua grade de horário de acordo com sua disponibilidade. Ele pode frequentar as aulas de uma matéria no horário mais adequado à sua demanda, pois ela é oferecida em horários alternados.
Desta forma, o trabalhador que queira terminar o Ensino Fundamental, mas que trabalhe à noite poderá fazê-lo frequentando as aulas no turno da manhã ou tarde.
Um dos argumentos para o Creja estar no Centro é a grande convergência de trabalhadores para essa área da cidade. Aproximadamente 28% do pessoal empregado no mercado formal de trabalho carioca (573.481), concentram-se no Centro.
O mesmo argumento deveria valer para outros centros econômicos, como Barra da Tijuca, Botafogo, Copacabana, Campo Grande, Madureira, Tijuca e Ilha do Governador, entre outros. Queremos mostrar com isso que deveriam existir outros Crejas em outras áreas da cidade onde as concentrações de trabalhadores também se mostram relevantes.
Fonte:
http://odia.terra.com.br/portal/conexaoleitor/html/2010/2/paulo_messina_o_ensino_ampliado_63544.html