Para Haddad,
achar Enem caro é 'equívoco'
18/08/2011
Valor da prova aumentou 190%; ministro diz que
condenação dos que furtaram prova é 'reconhecimento dos danos causados aos
jovens'
Carlos Lordelo - Estadão.edu CURITIBA - O ministro da
Educação, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira, 17, que a condenação de
quatro dos cinco envolvidos no furto e vazamento da prova do Enem de 2009 é um
“reconhecimento dos danos que os criminosos causaram aos jovens brasileiros”.
"A condenação ensinou para aqueles que não têm compromisso com a educação
que a Justiça, nesse caso, não tardou”, afirmou Haddad, que realizou a palestra
de abertura da Sala Mundo Curitiba, na cidade. Na sentença, o juiz Márcio Rached Millani, da 10.ª Vara
Federal Criminal de São Paulo, acolheu denúncia do Ministério Público Federal
que imputou aos réus os crimes de corrupção passiva
violação de sigilo funcional. Para o ministro, a decisão sinaliza que “as
pessoas tem de colocar a educação em outro patamar”. “Não podemos jogar com o
destino das pessoas.”
Gasto. Sobre a alta de 190% no valor do contrato para a aplicação do Enem,
Haddad disse que é "um equívoco" considerá-lo caro. “O valor geral
que é gasto, incluindo gráfica e distribuição, é de R$ 45 por candidato”. O
contrato do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep) quase triplicou do ano passado para
este: o valor subiu de R$ 128,5 milhões para R$ 372,5 milhões. O ministro ainda
justificou que "o preço da inscrição está congelado há mais de dez
anos". “O valor da inscrição nos vestibulares é de pelo menos R$ 90 por
candidato, o Enem é metade disso”, disse Haddad. O exame de 2011 está marcado
para os dias 22 e 23 de outubro. Cerca de 6,2 milhões de candidatos farão a
prova. O número é recorde desde a criação do exame, em 1998. No ano passado,
4,6 milhões participaram.
O Estado de São Paulo