JULIETA FIGUEIRA DE OLIVEIRA. LEITURA E SUBJETIVIDADE: RELAÇÕES E FUNDAMENTOS DA AQUISIÇÃO DA ESCRITA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS. 01/04/2005

1v. 199p. Mestrado. UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - EDUCAÇÃO

Orientador(es): CARLOS GUILLERMO ROJAS NIÑO

Biblioteca Depositaria: PPGE/FACED

 

Palavras - chave:

leitura-escrita; educação de jovens e adultos

           

Área(s) do conhecimento: EDUCAÇÃO

 

Banca examinadora:

JORGE GREGÓRIO DA SILVA

           

Silvio Sanches Gamboa

           

Linha(s) de pesquisa:

PROCESSOS EDUCATIVOS E IDENTIDADES AMAZÔNICAS  ESTUDOS INTERDISCIPLINARES DOS PROCESSOS EDUCACIONAIS NA AMAZÔNIA, A PARTIR DA SOCIODIVERSIDADE, DO MEIO AMBIENTE E DOS MODOS DE PRODUÇÃO DA EXISTÊNCIA, TENDO COMO OBJETO: REPRESENTAÇÕES, MITOS, IMAGINÁRIOS, CONCEPÇÕES, LINGUAGENS E IDENTIDADES.

           

Dependência administrativa

 Federal

 

Resumo tese/dissertação:

Nossa ênfase nesta pesquisa é que o homem deve aprender a pronunciar a sua própria palavra e não repetir, simplesmente, a do outro. Propomos que a palavra constitua o veículo através do qual o homem se torna plenamente sujeito. Por intermédio da comunicação autêntica que se estabelece através do diálogo é que o indivíduo transforma-se criador e sujeito de sua própria história. Uma vez que o processo educativo não é um empreendimento neutro, ele se constitui numa ação cultural para a libertação ou para a dominação. Aprender a ler, a escrever, alfabetizar-se é, ante de mais nada aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, não numa manipulação mecânica de palavras mas numa relação dinâmica que vincula linguagem e realidade. Ademais, a aprendizagem da leitura, da escrita – a alfabetização são atos de educação e educação é um ato fundamentalmente político. Os resultados mostraram que o ensino-aprendizagem da linguagem escrita ainda é uma das grandes barreiras encontradas pelos jovens e adultos na sua carreira escolar. Mostraram, ainda, que o aluno da educação de jovens e adultos não é uma pessoa acrítica, mas também não chega a ter uma consciência crítica elaborada e que a sala de aula é espaço pouco aproveitado pelos professores para fazerem junto com os alunos, uma reflexão crítica sobre a realidade. O mundo da leitura é só o mundo do processo de escolarização, um mundo fechado, isolado do mundo onde são vividas as experiências sobre as quais não são lidas. Ao ler palavras, a escola se torna um lugar especial que ensina a ler paenas as apalavras da escola, e não as palavras da realidade. O outro mundo, o mundo dos fatos, o mundo da vida, o mundo no qual os eventos estão muito vivos, o mundo das lutas, o mundo da discriminação e da crise econômica, não tem contato algum com os alunos na escola através das palavras que a escola exige que eles leiam. Pode-se pensar nessa dicotomia como uma espécie de “cultura do silêncio” imposta a estes jovens e adultos. A leitura da escola mantém silêncio a respeito do mundo da experiência, e o mundo da experiência é silenciado em seus textos críticos próprios.