Novo plano prevê até 2020 erradicação do analfabetismo
Ministro diz que pediu revisão do balanço do plano atual
que apontou só 33% de metas cumpridas
ANGELA PINHO / LARISSA GUIMARÃES DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Folha de São Paulo, 04/03/2010 - São Paulo SP
A proposta para o novo Plano Nacional de Educação feita pelo Conselho Nacional de Educação prevê a erradicação do analfabetismo até 2020, tarefa que o atual plano ficou longe de cumprir. O analfabetismo funcional também terá de ser extinto pelo novo PNE, que norteará a educação no país por dez anos (2011-2020). A proposta ainda será discutida na Conferência Nacional de Educação, que ocorre no fim de março e que levará subsídios ao projeto que o MEC enviará ao Congresso. A Folha adiantou ontem que, assim como a erradicação do analfabetismo, dois terços das metas não foram cumpridas do atual PNE, que abrange o período de 2001-2010. Relatório feito por pesquisadores de universidades federais apontou que só 33% das metas foram alcançadas. O país ainda tem 14 milhões de analfabetos.
Outra prioridade que entrará no novo plano será a elevação dos investimentos em educação, que passarão a equivaler a 10% do Produto Interno Bruto até 2014. Em 2007, dado mais recente disponível, o percentual ficou em 5,1% ou 4,7%, dependendo da forma de cálculo. Fernando Haddad (Educação) disse que pediu ao Inep, órgão ligado à pasta, para atualizar e revisar o balanço do PNE encomendado aos pesquisadores. O ministro contestou um dado do relatório relativo à repetência no ensino fundamental: o trabalho diz que ela cresceu, mas dados do Inep apresentados por Haddad apontam que caiu de 21,7% para 13% de 2000 a 2008. Haddad fez ressalva também em relação à educação superior. O PNE fixa que até 2010 o Brasil tenha 30% dos jovens de 18 a 24 matriculados nessa etapa. Em 2008, só tinha 13,7%. Para o ministro, a meta conta como não incluídos alunos abaixo de 24 anos que tenham acabado o ensino superior.