Folha de São Paulo, 04/03/2005 - São Paulo SP
Nova secretaria é voltada a jovens
Da Sucursal de Brasília
Enquanto se discute o gargalo em que o ensino médio se transformou para os jovens, o governo federal criou em fevereiro a Secretaria Nacional de Juventude, com o objetivo de "coordenar e articular" os cerca de 50 programas voltados a essa população e espalhados em vários ministérios. Foram criados 25 cargos DAS (Direção e Assessoramento Superior) para montar a secretaria, responsável por implantar o também recém-criado ProJovem. O programa pretende devolver à sala de aula jovens entre 18 e 24 anos, que tenham terminado a 4ª série, mas não tenham chegado até o 8º ano do ensino fundamental. Desenvolvido em parceria com a prefeitura das capitais, o ProJovem poderá adotar o sorteio caso haja mais procura do que vagas. Foi a forma "democrática" que o governo encontrou para a seleção dos alunos.
Lançado em solenidade no Palácio do Planalto, o programa beneficiará jovens sem ocupação formal e sem emprego. Quem for escolhido receberá uma bolsa de R$ 100 ao mês e terá cinco horas-aula por dia para conclusão do ensino fundamental, formação profissional e ação comunitária. Para uma faixa etária um pouco abaixo do público do ProJovem, o Ministério da Educação criou o Escola de Fábrica, que prevê a realização de cursos profissionalizantes de 600 horas-aula. Podem participar jovens com renda familiar per capita de até um salário mínimo e meio, com idade entre 15 e 18 anos, estudantes. O aluno recebe uma bolsa-auxílio de meio salário mínimo durante seis meses.