Nicarágua apóia Brasil Alfabetizado

18/07/2003 19:47

 

Determinado a estreitar os laços entre Brasil e Nicarágua, o embaixador nicaragüense, Guilhermo Perez Argüello, se reuniu hoje, 18, com o ministro Cristovam Buarque e ofereceu apoio ao programa brasileiro Brasil Alfabetizado. A Nicarágua implantou um projeto semelhante em 1998 e conseguiu alfabetizar quase 260 mil pessoas, com idades entre 15 e 60 anos, de uma população de cinco milhões de habitantes.

 

Argüello colocou dois técnicos do Ministério da Educação de seu país à disposição do Brasil. O embaixador ficou satisfeito ao saber que outros dois técnicos nicaragüenses da Organização Ibero-Americana vão participar de um encontro sobre educação no Brasil, em novembro. “A parceria entre os dois países está adiantada”, observou.

 

A Nicarágua reduziu o analfabetismo de 60% para 18%, nos últimos 30 anos. Mas as ações mais efetivas de combate ao analfabetismo aconteceram nos últimos cinco anos com o Programa de Alfabetização e Educação Básica de Adultos da Nicarágua (Paebanic), financiado pela Espanha. O projeto foi premiado pela Unesco e será ampliado até 2015, agora com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

 

A alfabetização nicaragüense tem duração de 8 meses, com duas horas de aula por dia e grupos de 20 alunos. “Normalmente, ocorrem em casas, porque esses locais não dispõem de escolas próximas”, explicou a ministra conselheira da Embaixada da Nicarágua no Brasil, Liza Tuckler Gomez.

 

O Paebanic foi implantado em 14 dos 17 departamentos (estados) do país. Mais de 12 mil professores e voluntários participaram do programa. A idéia é colaborar com as lições aprendidas e os erros cometidos, afirma o embaixador.

 

A contrapartida esperada pela Nicarágua nessa parceria é a concessão de bolsas a estudantes daquele país, como ocorria na década de 60, ressalta Argüello. Ele já tinha participado de um almoço com o ministro Cristovam Buarque e os embaixadores da América Latina e Espanha para discutir o assunto há 30 dias. Esse pedido será respondido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) ao embaixador, no início de agosto.

 

 

Repórter: Roseli Garcia

 

FONTE: http://www.mec.gov.br/acs/asp/noticias/noticiasDiaImp.asp?id=3928