Folha Dirigida, 24/08/2006 - Rio de Janeiro RJ
Mudanças no ensino médio
No início do mês, o ministro da Educação, Fernando Haddad, homologou a decisão do Conselho Nacional de Educação que determina o ensino obrigatório de Filosofia e Sociologia no ensino médio. Em artigo, o educador Paulo Sampaio criticou a inclusão, defendendo o investimento em atualização e material para disciplinas básicas, como Português e Matemática. Na sua opinião, o professor está correto em sua afirmação?
"Estas duas matérias, como componentes curriculares, são mais um entulho na matriz curricular do ensino médio. Mas eu defendo a flexibilidade da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que prevê a inclusão de matérias no ensino médio. O ponto de vista crítico fica por conta da obrigatoriedade desta inclusão. Mas reconheço que a LDB é uma lei libertária", José Antônio Teixeira, presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares.
"Eu sou a favor da inclusão da Sociologia e da Filosofia na grade curricular do ensino médio. O ensino deve se modernizar. Não podemos parar no tempo. A educação à moda antiga era feita somente com essas matérias básicas, como Matemática, Português, Geografia, enfim, todas essas. Mas acredito que tudo o que vier somar para a qualidade da educação do país é importante", José Carlos Martins, integrante do Conselho Estadual de Educação.
"A observação do professor Paulo Sampaio é completamente pertinente. É claro que haverá uma diluição dos recursos já existentes para investimentos na melhoria dos cursos, com a inclusão de duas novas matérias. Além disso, pelo menos no Rio, existem poucos professores capacitados para ministrar as duas disciplinas. Infelizmente, a decisão do governo foi precipitada", Victor Notrica, diretor do Instituto Guanabara.