MPF
denuncia cinco por vazamento no Enem
09/03/2012
Por
enquanto, os envolvidos são dois representantes do Inep,
uma da Fundação Cesgranrio e dois funcionários do
Colégio Christus, do Ceará. Outras pessoas estão
sendo investigadas
Rio
de Janeiro – O Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE) apresentou ontem
denúncia à Justiça contra cinco pessoas pelo envolvimento no vazamento de
questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no ano passado. Dois são
representantes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep), uma representante da Fundação Cesgranrio e dois funcionários do Colégio Christus. A participação de outras pessoas no crime não
está descartada. Por isso, o MPF pediu que o Inep
entregue todo o material usado no pré-teste. Segundo o Ministério Público, as
representantes do Inep cometeram crime de falsidade
ideológica, ao negarem a chance de se obter os cadernos do pré-teste.
A
procuradora responsável pelo processo criminal, Maria Candelária di Ciero, escreveu que ambas fizeram isso “com o objetivo de
acobertar a extensão do vazamento da prova”. Já o representante da Cesgranrio cometeu crime ao entregar aos coordenadores do
colégio, sem autorização legal, os cadernos do pré-teste, um crime previsto no
artigo 325 do Código Penal. Já o professor e a coordenadora do Colégio Christus serão processados por utilização e divulgação
indevida do material sigiloso.
“A
conclusão a que o MPF chegou é que o vazamento somente ocorreu e provavelmente
ocorrerá pela vulnerabilidade do sistema no seu aspecto de deficiência da composição
do Banco Nacional de Itens (BNI) que viola totalmente a metodologia que
regulamenta a aplicação correta e segura do Enem”, explica a procuradora da
República Maria Candelária de Di Ciero. ALUNOS Em
outubro, alunos do colégio Christus confirmaram ter
recebido um material que continha questões idênticas ou parecidas com as que
haviam caído no Enem. Segundo a escola, as questões fariam parte de um banco de
perguntas que o colégio recebe de professores, alunos e ex-alunos para promover
simulados. O MEC constatou que a escola distribuiu os cadernos nas semanas anteriores
ao exame, com questões iguais e uma similar às que caíram nas provas realizadas
no Enem e cancelou as provas feitas pelos 639 alunos do colégio.
Estado de Minas - Belo Horizonte MG