Ministro comemora superação de meta do Brasil Alfabetizado

12/12/2003 18:27

O ministro Cristovam Buarque afirmou hoje (12) que a Secretaria Extraordinária Nacional de Erradicação do Analfabetismo do MEC conseguiu cumprir suas metas para 2003: alfabetizou 3 milhões de jovens e adultos. Buarque fez a afirmação no encerramento do Seminário Internacional de Alfabetização de Jovens e Adultos: experiências ibero-americanas, realizado no auditório do Serviço Social da Indústria (Sesi), em Brasília. Na oportunidade, convocou mais uma vez a sociedade para ingressar, em bloco, na campanha pela alfabetização de todos os brasileiros.

“Tem muita gente achando que alfabetizar adultos é jogar dinheiro fora. É triste, lamentável, ter de explicar por que alfabetizamos não apenas jovens, mas também velhinhos”, disse. Cristovam citou várias razões para alfabetizar jovens e adultos: “a alegria de poder escrever o nome dos parentes; de escrever o próprio nome; de ler a Bíblia ou o livro da sua religião; de conhecer a Bandeira do Brasil e poder entender o que nela está escrito”, exemplificou. Na sua opinião, alfabetizar significa adquirir cidadania e bem-estar. “É um gesto de decência nacional, estamos pagando uma dívida”. Segundo ele, “há alegria nos olhos quando se aprende a ler”. O ministro acentuou que as pessoas alfabetizadas exigirão a continuidade dos estudos e que o MEC o propiciará. “Não queremos ter apenas cientistas. Para se fazer a ciência brasileira, é preciso que não haja mais analfabetos,” afirmou o ministro.

Por fim, Buarque afirmou que não sabe qual presente de Natal o presidente Luiz Inácio Lula da Silva oferecerá à Nação, mas sugeriu que pode citar a alfabetização de 3 milhões de cidadãos como um grande presente. Ele concluiu que, até o final do governo, o Brasil Alfabetizado chegará a todos os brasileiros que ainda não sabem ler e escrever.

Participaram do encerramento do Seminário Internacional de Jovens e Adultos: experiências ibero-americanas, o secretário Extraordinário Nacional de Erradicação do Analfabetismo do MEC, João Luiz Homem de Carvalho; representantes da Unesco e da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI); professores alfabetizadores; especialistas em alfabetização e educação do Brasil, Espanha, Venezuela, Paraguai, El Salvador, Nicarágua, República Dominicana e México; dentre outras personalidades. O seminário, realizado durante três dias, foi promovido pelo MEC e pela OEI, com apoio do Sesi, da Unesco e da Embaixada de Espanha. O objetivo foi trocar experiências para aprimorar programas de alfabetização de jovens e adultos.

Dados – O Ministério superou a meta estabelecida para este ano, que era de 3 milhões de alfabetizados. “Este é um número histórico e representa um trabalho conjunto, que une Governo Federal, estados, municípios, empresas privadas, organizações não-governamentais, organismos internacionais e instituições civis contra o analfabetismo”, afirmou o secretário João Luiz Homem de Carvalho.

Noventa e sete entidades são responsáveis por alfabetizar 1.173.309 pessoas sem auxílio de verbas federais. Para alcançar essa marca, são empregados 58 mil alfabetizadores. Do total de pessoas em processo de alfabetização, 51% são homens, 74% têm cor parda e 37% habitam na área rural. O Programa Brasil Alfabetizado alcança 1.800 municípios brasileiros; destes, 815 atendidos pelo Programa Fome Zero. Em 2003, foram investidos R$ 181.820,00. A região Nordeste recebeu 62% da verba total do programa.

O Brasil Alfabetizado desenvolve ações para aprofundar os benefícios do Programa de Leituração, o MEC criou o Projeto Agente de Leitura, pelo qual os carteiros entregam obras aos recém-alfabetizados. A expectativa é de que eles possam entregar 3 milhões de livros em 2004. Os carteiros orientarão os alfabetizandos a conservar os livros. Também registrarão se a pessoa já leu o livro. Depois de lidas, as obras serão trocadas por novos títulos e encaminhadas a outras famílias, formando assim um círculo de leitura.

O MEC lançou neste ano outros três programas de incentivo à leitura: Casa da Leitura, Biblioteca Escolar, Biblioteca do Professor.

Inspirado no programa Mala do Livro, desenvolvido pelo governo do Distrito Federal na gestão do hoje ministro Cristovam, a Casa da Leitura pretende distribuir, em 2004, 50 mil pequenas bibliotecas para uso comunitário. Elas serão instaladas em casas de particulares e gerenciadas por associações de moradores. O programa será executado em parceria com o Ministério da Cultura e com as secretarias municipais e estaduais de Educação. As bibliotecas conterão os 144 títulos das 24 coleções do acervo do Programa Nacional Biblioteca da Escola. Em contrapartida, as secretarias fornecerão as caixas para guarda dos livros. Às secretarias ficarão responsáveis ainda por remunerar os agentes comunitários encarregados de administrar as bibliotecas. Serão investidos cerca de R$ 8 milhões na distribuição de um total de 7,2 milhões de livros, que beneficiarão 50 milhões de pessoas.

Já o Biblioteca Escolar pretende atender dois milhões de alunos de dez mil escolas com um acervo de 115 obras. Há livros de ficção e de não-ficção, focados na formação histórica, econômica e política do Brasil. Para a distribuição de 1,2 milhão de livros estão previstos investimentos de R$ 20 milhões.

Por sua vez, o Biblioteca do Professor propõe-se a beneficiar, inicialmente, 730 mil professores da 1ª à 4ª série do ensino fundamental das escolas da rede pública do País. Cada professor receberá dois livros por ano, a serem escolhidos por eles próprios no mesmo acervo da Biblioteca Escolar. Isso será feito por meio de formulário ou pela internet, como acontece no processo de escolha do Programa Nacional do Livro Didático, que beneficia a 32 milhões de alunos com livros selecionados democraticamente pelos professores. O acervo tem obras de autores consagrados como Sérgio Buarque de Holanda, Caio Prado Júnior, Darcy Ribeiro, Gilberto Freyre, Graciliano Ramos, Mário Quintana, Carlos Drummond de Andrade e Monteiro Lobato.

Repórter: Susan Faria

FONTE: http://www.mec.gov.br/acs/asp/noticias/noticiasDiaImp.asp?id=4853