Ministério
suspende novas turmas para adultos
30.07.2011
Por
causa do adiamento, há mais professores sem componente lectiva.
E, por falhas na informação, está instalada a confusão.
As
escolas só poderão abrir novas turmas dos cursos de Educação e Formação de
Adultos (EFA) quando estiver garantido o financiamento por parte do Programa
Operacional Potencial Humano (POPH), que gere o financiamento oriundo do Fundo
Social Europeu, confirmou ontem o Ministério da Educação e Ciência.
"Haverá
novas turmas quando houver financiamento, o que acontecerá ainda este ano lectivo, mas não já", garantiu ao PÚBLICO a assessora
de imprensa do MEC. Esta informação já está a ser divulgada pela Direcção Regional de Lisboa e Vale do Tejo (DRLVT), mas
ainda não chegou a escolas de outras regiões do país.
Nos
cursos EFA estavam inscritos, no ano passado, cerca de 78
mil pessoas. Por causa de uma nova circular da DRLVT, vários directores e professores acreditaram que podiam
avançar para a abertura de novas turmas. Agora a confusão parece instalada.
O
primeiro comunicado da DRLVT foi feito na quarta-feira. Precisamente o último
dia do prazo dado às direcções de escolas e
agrupamentos para indicarem à Direcção-Geral de
Recursos Humanos da Educação (DGRHE) quais os professores sem componente lectiva no próximo ano - depois de conhecido o número de
alunos inscritos e os respectivos cursos.
"Aqui
na escola já tínhamos tudo apurado quando chegou a
informação de que não abririam para já as novas turmas dos cursos EFA - foi um
momento de forte impacte emocional, porque de um momento para o outro, sem que
nada o fizesse prever, mais dois professores ficaram com horário zero e
obrigados a concorrer para Destacamento por Ausência de Componente Lectiva (DACL)", descreveu ontem, em declarações ao
PÚBLICO, José António Sousa, director da Escola
Secundária D. Dinis, de Lisboa.
Ao
fim do dia de anteontem viveu-se um segundo momento de confusão, graças a uma
segunda nota da DRLVT em que se informava que "as ofertas de dupla
certificação de jovens e adultos integrados no Sistema Nacional de
Qualificações (CEF, EFA, cursos profissionais e formações modulares
certificadas) não sofrerão qualquer alteração para o próximo ano lectivo, face ao que estava planeado". No blogue de Paulo Guinote, por
exemplo, a afirmação foi interpretada como um recuo do
Governo e José António Sousa admite que o mesmo tenha acontecido em
vários estabelecimentos de ensino.
"Num
primeiro momento, eu próprio pensei que era assim", admite o director da Secundária D. Dinis que, depois de pedir um
novo esclarecimento, foi informado pela DRELVT de que não havia alterações
"em termos de matéria curricular, mas que as escolas deveriam continuar a
aguardar autorização para abertura de novas turmas e afectação
de recursos humanos nos casos dos cursos de EFA".
Apesar
de não dispor de mais informação, José António Sousa disse-se convicto de que
não se trata de acabar com os cursos, mas de um mero adiamento que, se ficar
resolvido até meados do mês, "permitirá recuperar os professores agora
dispensados". Só na Secundária D. Dinis estão inscritos cerca de cem
alunos para novas turmas.
"Manda
o bom senso que só se abram primeiras turmas depois da candidatura ser
aprovada", comenta Manuel Pereira, dirigente da Associação Nacional de
Dirigentes Escolares.
Fonte:
http://www.publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/ministerio-suspende-novas-turmas-para-adultos_1505430