Ministério do Trabalho diz que não tem dinheiro para pagar
beneficiários do Projovem
02/12/2010
O Ministério do Trabalho e Emprego informou ontem ao JBR que não tem dinheiro para pagar o auxílio de R$ 100 aos alunos que aderiram ao programa Projovem Trabalhador no País. Desde a última sexta-feira o jornal tem sido procurado por jovens que faziam os cursos oferecidos pelo Projovem e que reclamavam de não ter recebido o auxílio. Ontem, por telefone, de Brasília, Daniel Henrique de Novaes, administrador de Sistema do Programa Projovem, disse que não há previsão de quando os pagamentos serão feitos. “O Ministério do Trabalho está sem orçamento destinado à liberação de bolsas”. Segundo ele, na tarde de ontem, o coordenador geral da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego, Leonardo Müller, estava participando de uma reunião na tentativa de buscar uma solução emergencial para o problema – uma das alternativas analisadas era tentar conseguir recursos por meio de emendas parlamentares.
Indagado por que foram liberados convênios com as Prefeituras se não havia dinheiro em caixa, Novaes disse: “não saberia explicar por que deixaram isto acontecer”.
O que é
O Projovem trabalhador é um programa do Ministério do Trabalho e Emprego que tem como objetivo preparar o jovem para o mercado de trabalho e para ocupações alternativas geradoras de renda. Podem participar do programa os jovens desempregados com idades entre 18 e 29 anos, e que sejam membros de famílias com renda per capta de até meio salário mínimo. O jovem que participa do curso recebe, além do material, lanche e o auxílio de R$ 100. O benefício é retirado diretamente no banco, por meio de um cartão enviado ao jovem.
O barretense Clóvis Augusto Martins Filhos, que se inscreveu para o curso de Turismo, foi um dos que ficaram sem receber. “O mês de outubro não foi pago até hoje. No banco ninguém sabe dar informações. O escritório do Projovem em Barretos não existe mais e o número do telefone está desativado”, disse. Segundo Clóvis, outro problema diz respeito à qualificação dos professores e à falta de computadores. “Meu curso era de Turismo, mas minha professora era diretora de escola. Não tinha nenhuma formação na área. Já nas aulas de inclusão digital não havia computadores”.
Outro lado
Coordenador do Projovem em Barretos, Fábio Gazola disse que, com o término dos cursos, na última quarta-feira, tanto o escritório quanto o telefone foram desativados. Sobre a falta de computadores, disse que, pelo convênio com o ministério, cabe à Prefeitrura de Barretos ceder as escolas. “Como nem todas as escolas de Barretos possuem computador, aconteceu de, em alguns lugares, os alunos não terem acesso às máquinas nas aulas de inclusão digital. O conteúdo era mostrado nos notebooks dos professores.”
A respeito da falta de qualificação dos professores, Gazola explicou que a selação foi feita pela Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) Instituto Educacional Carvalho, com sede em Mauá (SP). Até o fechamento desta edição, a direção do instituto não havia se manifestado.
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